Parece que esse inverno está sendo mais rigoroso, não pelo
frio, mas pela falta de chuva. O índice pluviométrico no país decaiu muito
nesse período do ano. Diversos lugares estão sendo afetados com a falta de
chuva, enfrentando secas e problemas com o abastecimento de centros urbanos,
sendo este o assunto mais discutido e abordado ultimamente. E isso não está longe de nós não! Já virou até
novela a exposição de notícias sobre o baixíssimo nível do sistema Cantareira
em São Paulo, um dos principais responsáveis pelo abastecimento da região da
capital. Estamos recebendo frequentemente alertas sobre o desperdício de água,
os problemas que essa escassez da chuva pode causar e já está causando, além de
avisos de racionamento de água que já atinge algumas cidades próximas, como Vinhedo
e Itu.
Sobre o sistema
Cantareira, nosso exemplo mais próximo de um problema já agravado, foi dada para a SABESP (Saneamento
Básico do Estado de São Paulo) dias atrás, uma
autorização por parte da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento
Estadual de Água e Energia Elétrica (DEAEE) de início de obras para a retirada
da segunda cota de água do volume morto, do sistema Cantareira. E o que é
volume morto? É uma reserva técnica que se situa abaixo das comportas do
sistema Cantareira, que reserva 400 milhões de metros cúbicos de água. Uma
parte dela já foi retirada e agora, uma segunda parte vai começar a ser
retirada também. Essa reserva nunca tinha sido mexida antes, o que é
preocupante, mostrando a real situação da falta de água para abastecimento da
região paulistana.
E na cidade de Salto? Bom, ainda
não foi decretado um racionamento geral, mas a população vem sendo alertada
sobre o abuso e o desperdício de água, assim como acontece com outras cidades
da região, como Indaiatuba. Porém, temos o caso do Rio Tietê. Já foram
algum dia desses no ponto turístico de Salto famoso pelas quedas d’águas do Rio
Tietê? Se não, reserve um tempinho e vá dar uma “observadinha”, parece até que
o rio não passa mais ali. Pedras e rochas situadas no curso do rio que haviam
sido vistas pela última vez há 70 anos voltaram a aparecer por conta do baixo
nível da água. A falta de chuva mudou completamente
sua paisagem, deixando apenas um pequeno curso d’água, e quem visita o rio sabe
como o estado está preocupante.
O rio em novembro de 2013:
http://blogjundiaiemfoco.blogspot.com.br/2014/07/seca-historica-muda-paisagem-do-rio.html
Parece que estamos começando a vivenciar uma
crise de água (para nós ainda nem tanto, mas o que falar dos cidadãos
paulistanos?), se é que já se pode chamar esse problema de crise, causada pela
falta de chuva. Além disso, paisagens naturais estão sendo alteradas devido a
esse problema, como é o caso do nosso Rio Tietê já citado acima.
Mas, continuando com esse exemplo,
aproveitando o baixo nível de água, a prefeitura de Salto retirou, no final do
mês de julho, quase seis toneladas de lixo do rio, o que rendeu aos
funcionários uma operação que durou cinco dias no total. Se por um lado a
paisagem não é mais bela como sempre foi por conta do baixo nível de água, por
outro já não temos (pelo menos diminuiu) a poluição visual e ambiental em
alguns locais causada pelo lixo que foi retirado. É claro que ainda há muito
trabalho a ser feito para despoluir o local, mas pelo menos algo já foi feito.