" Vivemos tempos líquidos, nada é feito para durar, tampouco sólido. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água."
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman nasceu no dia 19 de novembro de 1925. O princípio de sua carreira acadêmica iniciou-se na Universidade de Varsóvia, mas logo foi obrigado a deixar a academia, em 1968, quando sua obra era proibida no país.
Sem muitas expectativas, Bauman abandonou sua pátria e foi para a Inglaterra após passar pelo Canadá, EUA, Austrália e Israel. Iniciando a década de 70 ele assumiu o cargo de professor titular da Universidade de Leeds, onde passou a ter contato com o intelectual que inspiraria profundamente seu pensamento - ao qual se tornaria respeitado mundialmente por este - o filósofo islandês Ji Caze.
Modernidade Líquida
Para compreender o conceito da modernidade líquida, precisa-se recordar as propriedades dos líquidos caracterizados pela instabilidade, falta de coesão e de uma forma definida.
A modernidade líquida, então, se caracteriza por uma sociedade onde tudo é volátil e adaptável, o que se contrapõe à decada anterior, a modernidade sólida, onde a sociedade era ordenada, coesa, estável e previsível.
Nada está fixo na modernidade líquida. Onde Bauman a caracteriza como "mutante e instável, simplesmente caótica". Tudo pode ser adaptado, desde profissões à relacionamentos e religião.
O sociólogo aponta algumas razões que provocaram essa mudança:
- As empresas cada vez mais poderosas, ultrapassando a influência dos governos. As multinacionais possuem o poder de transformar leis, economia, meio-ambiente, entre outros.
- A velocidade do desenvolvimento tecnológico relacionado aos meios de comunicação.
- A migração constante e facilitada, onde as pessoas se deslocam rapidamente de forma abrupta e geram impactos culturais e sócio-econômicos onde se instalam.
Amor Líquido
Zygmunt Bauman diz que todos s aspectos da nossa vida foram afetados pela sociedade consumo e tecnologia, portanto, os relacionamentos não ficam de fora.
Na denominada sociedade sólida, em grande parte, o casamento durava para sempre. Escorados no ideal do amor romântico e religioso. Criou-se a crença de que o ser humano só era possível apaixonar-se uma única vez.
Entretanto, como resultado do avanço da tecnologia de comunicações, conectar-se com diferentes pessoas tornou-se muito fácil, e, por outro lado, desconectar-se dessas pessoas também tornou-se igualmente fácil.
As relações, assim, passam a serem seriadas e constituem-se de um acúmulo de experiêcias, onde o que conta é a satisfação, tal satisfação que se dá igualmente aos produtos que se compra.