No dia 23 de setembro aproximadamente 80 estudantes da Escola Normal (magistério) de Ayotzinapa foram atacados por policiais armados após um dia de arrecadação de fundos para uma viagem até a Cidade do México, onde participariam das manifestações de 2 de outubro.
No mesmo
dia os estudantes protestaram contra uma política discriminatória de
contratação de professores que, segundo eles, privilegia professores da área
urbana, apesar da escola pertencer a uma área rural. Porém, no momento de regresso
à escola, foram impedidos por policiais que abriram fogo contra os alunos que
estavam completamente desarmados.
Alguns até
tentaram descer do ônibus para dialogar, mas foram baleados. O tiroteio durou
cerca de 30 minutos e 43 alunos que estavam em um terceiro ônibus foram levados
em camburões pela polícia. Não se tem notícias dos estudantes desde o dia do
massacre.
Pouquíssimo
tempo depois os estudantes organizaram convocações e preparam uma coletiva de
imprensa para denunciar o massacre, mas foram novamente atacados. Eles e
qualquer um que se parecesse com eles.
Passados 30
dias após o ocorrido que teve como resultado seis mortos, 20 feridos e 43
desaparecidos, nada de mais foi feito. O prefeito foragido de Iguala é suspeito
de ter comandado a ação policial e de agir em conjunto com o narcotráfico. Dezessete
policiais foram presos, mas manifestantes pelo México desejam muito mais do que
isso. Eles querem primeiro a liberação dos 43 estudantes ainda com vida (o que
é incerto ainda).
Os alunos da Escola Normal Rural Raúl
Isidro Burgos de Ayotzinapa, um abrigo socialista situada na zona rural de
Iguala no México, recebem aulas de
plantio e cultivo agrícolas, além de instruções políticas. Os estudantes leem
livros de autores como Karl Marx e Engels e realizam discussões em grupo. O
aluno Diego Genaro Mesa sonha ser como Che Guevara.
Esta escola é conhecida por gerar guerrilheiros
e revolucionários, pois ensina os alunos a terem um olhar crítico ao modelo
econômico do México e a protestar pela falta de oportunidades dos camponeses,
indígenas e comunidades pobres no país.
Resta saber se a luta dos jovens
militantes políticos trará bons resultados e se o apelo dos manifestantes por
todo o México será ouvido.
Fontes:
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