domingo, 26 de abril de 2015

Por que a dengue não acaba?


Mais um ano chega e mais uma vez nos deparamos com a dengue, um problema que todos já conhecem, mas que ainda continua nos preocupando mais e mais.Nesse calor não temos como resistir ao uso de chinelos, shorts e camisetas, nem que seja dentro de nossas casas, e é justo nessa hora que recebemos aquela picada do pernilongo, geralmente nos pés, pernas ou braços, e então ficamos com a dúvida: “peguei dengue? ”.
Diante de situações como essa vem a pergunta: por que a dengue não acaba? Parece ser uma pergunta fácil, mas temos que analisar algumas questões


Vamos acabar com todos os mosquitos!

Bom... essa é a ideia mais óbvia que surge quando falamos em erradicar a doença, mas isso não é tão simples como parece.
Para começar, mosquito fêmea infectado pode transmitir o vírus para as larvas.A fêmea bota em média 1 500 ovos durante a vida – de 150 a 200 por gestação – e há 40% de chance de os embriões herdarem o vírus.
E estamos falando de apenas uma fêmea, imaginem quantas fêmeas estão nesse momento botando ovos que logo virarão transmissoras do vírus


Então vamos acabar com o criadouro do Aedes!

Sim, seria uma solução se não fosse pelo fato que qualquer acúmulo de água limpa e parada já é um criadouro em potencial. Com o crescente aumento da população nas regiões urbanas há uma grande falta de infraestrutura nos centros urbanos. Com essa ocupação desordenada, sempre acaba surgindo uma brecha para o mosquito se alojar e se proliferar.
No Norte e no Sul, cerca de metade dos Aedes nascem em latas, pneus e outros entulhos que acumulam água e servem como ninho para o mosquito.
Quase toda a população nordestina do Aedes se desenvolve a partir de poços, tonéis, caixas-d'água e outros reservatórios hídricosPouco mais da metade dos focos no Centro-Oeste e no Sudeste ocorrem em residências - principalmente em vasos e pratinhos de plantas, calhas e piscinas.
Vacina?
Testes em laboratórios vem sendo realizados para encontrar uma vacina, em especial com um tipo de anticorpo que pesquisadores dizem atacar diretamente o vírus da dengue. Testes em cobaias tiveram resultados positivos e os anticorpos já conseguiram eliminar o tipo 1 do vírus em cobaias. Em breve novos testes devem ser feitos, agora com humanos contaminados.
Uma das complicações do desenvolvimento da vacina é pelo fato da dengue apresentar 4 variações do vírus, acaba dificultando a pesquisa para encontrarem anticorpos eficazes para combatê-los.


Então essa situação só tende a aumentar?
Não. Segundo informações postadas no portal Brasil, de janeiro a dezembro de 2014, os casos de dengue registrados no País apresentam uma redução de 59,5%, em comparação ao mesmo período de 2013. Foram 1,4 milhão de casos em 2013 contra 587,8 mil em 2014.
Isso significa que mesmo sendo praticamente impossível a erradicação do mosquito infectado, podemos controlar o sua proliferação e contaminação.
Apesar de serem dicas clichês abordadas sempre quando falamos sobre dengue, o que resta mesmo é cada um fazer a sua parte, evitando acúmulos de agua para não dar chance para os mosquitos se proliferarem.
Segue abaixo alguns dos principais sintomas da dengue: (trecho retirado do site http://www.dengue.org.br/)

 Dengue Clássica
  • Febre alta com início súbito.
  • Forte dor de cabeça.
  • Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos.
  • Perda do paladar e apetite.
  • Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e    membros superiores.
  • Náuseas e vômitos.
  • Tonturas.
  • Extremo cansaço.
  • Moleza e dor no corpo.
  • Muitas dores nos ossos e articulações.


 Dengue hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:

  •  Dores abdominais fortes e contínuas
  • Vômitos persistentes
  • Pele pálida, fria e úmida
  • Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
  • Manchas vermelhas na pele.
  • Sonolência, agitação e confusão mental.
  • Sede excessiva e boca seca.
  • Pulso rápido e fraco
  • Dificuldade respiratória.
  • Perda de consciência.




quinta-feira, 16 de abril de 2015

Cidadania

  Neste post a Xepa fala sobre Cidadania, coisa que nem sempre exercemos. A importância deste assunto fica cada vez mais evidente, em redes sociais, bate-papo no trabalho, escola e muitos outros ambientes, principalmente quando tocado no assunto da situação política atual do nosso país. Pensando em tudo isso, é destacado o conceito básico de cidadania e apresentado algumas ações do cidadão.

Texto retirado da Rede Brasil de Direitos Humanos
  A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Segundo Dalmo Dallari:
“  A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.
(DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14)

  Os direitos que temos não nos foram conferidos, mas conquistados. Muitas vezes compreendemos os direitos como uma concessão, um favor de quem está em cima para os que estão em baixo. Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é construída e conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social.


  A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem tão pouco a simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos. É necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos. Simplesmente porque existe o Código do Consumidor, automaticamente deixarão de existir os desrespeitos aos direitos do consumidor ou então estes direitos se tornarão efetivos? Não! Se o cidadão não se apropriar desses direitos fazendo-os valer, esses serão letra morta, ficarão só no papel.
  Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na vida social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através das Cidadania ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética.


  Agora, sabendo de tudo isso, exercite a sua cidadania, faça cumprir seus direitos e deveres de Cidadão Brasileiro, pois ser cidadão vai além de votar, pagar impostos e criticar governos sem argumentação , é também:
  • Participar de enquetes, como as do site da Câmara dos Deputados (http://www2.camara.leg.br/enquetes/listaEnquete );
  •   Participar de movimentos políticos
  • Conhecer o Plano Diretor da sua Cidade
  • Acompanhar e debater questões políticas, sociais e culturais, por exemplo pode-se seguir as paginas do Senado, SEPPIR (Secretaria de Políticas Promoção da Igualdade Racial), Palácio do Planalto, Direitos Humanos Brasil e outros;
  • Denunciar a violação de direitos, como por exemplo casos de  racismo, homofobia, abuso de autoridade, violência doméstica e/ou sexual.
A Xepa agradece a atenção e espera ter contribuído para a sua noção de Cidadania. 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Precisamos falar sobre o Aborto

 Para as discussões serem menos pautadas no senso comum e compartilhando a postagem feita pelo Catraca Livre, a Xepa informa 5 argumentos favoráveis a legalização do aborto e também 5 argumentos contrários a ele.

Argumentos favoráveis a Legalização do Aborto:

 Texto integralmente extraído do Catraca Livre
https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/5-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-aborto/

Escrito por: Julia Zanolli

1. Lei

  O que diz a lei?
  Atualmente o aborto é considerado um crime contra a vida no Brasil, de acordo com o artigo 124 do Código Penal Brasileiro. A legislação entende que embora o feto ainda não seja uma pessoa, pois não pode sobreviver de forma independente, já é um "sujeito de direitos".
  A pena prevista é de um a três anos no caso de aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento e de três a dez a dez anos caso o aborto seja provocado por terceiro sem o consentimento da gestante.
  O aborto não é considerado crime em apenas três situações: em caso de estupro, risco de vida da mãe e anencefalia do feto.
2. Mortes

  O aborto é quinta causa de morte materna no Brasil.
  Segundo uma reportagem da Agência Pública, a cada dois dias uma mulher morre vítima de aborto inseguro no Brasil. No total, são 1 milhão de abortos clandestinos e 250 mil internações por complicações por ano.
  De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20 milhões dos abortos são realizados anualmente de forma insegura, resultando na morte de 70 mil mulheres, sobretudo em países pobres e com legislações restritivas ao aborto.
Confira o documentário "Clandestinas", sobre mulheres que fizeram abortos ilegais.


3. Saúde Pública

   Aborto é uma questão de saúde pública? Confira a opinião de duas médicas sobre o tema.
  Roseane Mattar é médica, professora livre docente do departamento de obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do serviço de assistência a vítimas de violência sexual
"Pesquisas e experiências de outros países nos mostram que a legalização do aborto não aumenta a frequência de abortamento. Quando a paciente realmente não quer a gestação, ela acaba abortando mesmo que seja de uma forma não segura e isso pode causar risco de vida. É uma questão muito difícil, são varias esferas que se entrecruzam, mas quem deveria decidir se o aborto deve ou não ser realizado é o medico em conjunto com a paciente."
  Virgínia Junqueira é médica, professora da Unifesp e atua na área de saúde coletiva
"A maior parte das mulheres brasileiras não tem acesso a um bom ginecologista e a métodos contraceptivos. Muitas vezes a própria família ou a religião é contra a contracepção. Como o aborto é considerado um crime, temos um problema de saúde que muitas vezes não é contabilizado como tal. E sem saber o tamanho do problema não temos como lidar com ele.  A mulher já é culpabilizada pela sociedade, mas não precisaria ser punida pelo sistema médico. Uma coisa é descriminalizar, a outra é banalizar o aborto. Não é uma coisa corriqueira para nenhuma mulher e ela precisa ser acolhida nesse momento".

4. É crime

  O que significa descriminalizar o aborto?
  Quem explica é a advogada Sheila Torquato Humphreys, mestre em direito internacional pela Universidade de Lisboa e sócia no Torquato Tillo Advogados Associados, onde é responsável pela área de direito civil
"Descriminalizar é fazer com que algo que era criminoso e torne-se neutro. Mas a constituição não trata do aborto em si, mas de questões fundamentais como o direito à vida.  O que não podemos é ter incongruências. Para que o aborto fosse descriminalizado no Brasil seria necessário rever a constituição e discutir o que é a vida e a partir de qual momento ela começa. Se essa discussão acontecer, espero que a gente possa tratar da causa do problema, que é a prevenção, e não só o aborto em si, que a consequência."
Foto: Jorge Bispo/ Tpm


Uma campanha da revista Tpm colocou o assunto em pauta: precisamos falar sobre aborto

5. Descriminalizar X Legalizar

  Qual é a diferença entre descriminalizar e legalizar?
  Quem responde é Camila Vanderlei Vilela, advogada pós-graduada em direito civil e sócia do escritório Jacinto Advogados
"O efeito de descriminalizar e legalizar é o mesmo. A partir do momento que algo deixa de ser crime é automaticamente legalizado. Quando a lei simplesmente silencia sobre um tema, quando não tipifica aquilo como crime, significa que é permitido.  No entanto, ao legalizar você define o que é permitido e regulamentado por lei. Seria determinar até quantas semanas é permitido o aborto e em quais circunstâncias ele pode ser realizado, por exemplo."
  Confira a posição de Luka Franca, que atua na Frente Nacional Contra a Criminalização de Mulheres e Pela Legalização do Aborto
"O movimento feminista defende a legalização do aborto, não só a descriminalização. Entendemos que isso vai além da questão de saúde publica, é também uma questão de direito da mulher. Não somos só um recipiente, precisamos nos perguntar se essa mulher quer ser mãe, se tem condições de ter filhos. A culpa é sempre da mulher, mas ninguém lembra dos homens que também apoiam isso, que somem da vida das meninas, que obrigam a fazer abortos. Estamos debatendo a realidade concreta da vida das mulheres, que estão morrendo por causa de abortos clandestinos."

Argumentos contrários a Legalização do Aborto:

Texto integralmente retirado do Defesa pela Vida
http://www.defesadavida.com.br/posicaosobreaborto.htm

1.   A questão do aborto não é, nem nunca foi questão religiosa, senão na medida em que é questão humana e da natureza humana. Não é, pois, necessário fazer apelo a princípios religiosos para repudiar vivamente tanto a prática como a despenalização do aborto.

2.   A legalização do aborto é também um dos mais graves atentados contra a mulher - quando pugna pelos seus direitos e é ludibriada a julgar que naqueles se contém o de abortar -, pois a torna um objeto da irresponsabilidade masculina e é impelida a ser autora do crime em que terá a menor culpa. Atribuir-lhe o direito de amputar o corpo é duplamente falso: ninguém deve-se considerar com direito a cortar um braço, e o seu filho não é o seu corpo mas um novo ser com direito à vida.


3.   Todos os argumentos apresentados numa perspectiva humanitária e de bem social para admitir o aborto são meios de iludir gravemente a questão. Não são razões que podem justificar, como regra, a supressão, de natureza racista, que o nazismo usou para fundamentar o direito de matar velhos e doentes.


4.   Não ignoramos nem queremos esconder os graves problemas sociais que estão na base do aborto clandestino. Para combatê-los, não é admissível mascará-los com o direito ao crime, em vez de ir às suas causas. Urge a continuação de tomada de medidas positivas de natureza humana, social e ética (planejamento familiar, apoio à mãe solteira, o desenvolvimento da instituição da adoção, o incremento de correta assistência social, atenção construtiva aos fatores de desagregação moral na família e na educação etc.).


5.   Também é lamentável a confusão que se faz enumerando o aborto como um dos meios possíveis de limitação da natalidade. Não é. É, sim, um meio sofisticado de condenar à morte um ser inocente. Isso não quer dizer que não alertamos também para a necessidade de proibir o comércio de anti-conceptivos que são de natureza abortiva.



Agora mais informado, a Xepa espera sua opinião. Legalizar ou não o Aborto?