quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Israel, Palestina e os personagens secundários no conflito – Parte 1

A ponta do Iceberg do atual conflito armado mostra “Israel x Palestina”; mas quanto mais enraizado, maior é a quantidade de agentes envolvidos: entenda do início para a atualidade.

À esquerda, Benjamin Netanyahu - Primeiro-ministro de Israel -, e à direita, Mahmoud Abbas, Presidente do Estado da Palestina.

    Israel x Palestina: 100 anos, 1 texto

    Um dos conflitos mais debatidos, atualmente, remonta a um cenário de pós-guerra, na década de 40, e possui como pilares questões, principalmente, geopolíticas e religiosas. Para se entender o que se tem hoje, faz-se necessário retornar a um passado não tão distante em termos históricos, mas longo o suficiente para afetar a vida de toda uma população. Em 1917, o Império Britânico emite a Declaração de Balfour, conferindo à população judaica a permanência na, até então, região da Palestina, uma vez que “não ferisse os direitos civis das populações não judaicas que ali viviam”.
    Os judeus eram vistos como uma população sem pátria pelo Império Britânico, que buscava garantir apoio aos Aliados durante a Grande Guerra. Porém, tal comunicado soava como uma traição aos palestinos que já constituíam a região – entende-se como palestinos a população árabe, que apresenta, em grande parte, a religião muçulmana. Essa região, por sua vez, possui suma importância religiosa tanto para muçulmanos, quanto para os judeus. A partir de 1920, com a vitória do Império Britânico, o Mandato Britânico da Palestina entra em ação e acontece uma reorganização de palestinos e judeus, como prometido pela Declaração de Balfour. Legalmente, o documento previa a divisão de um mesmo território para dois estados: um Estado para o povo judeu, e outro, para os palestinos – que não haviam um Estado formalmente formado. 

Conflitos: o barril de pólvora explode

O primeiro impasse nessa divisão territorial se dá, entretanto, com a partilha da cidade de Jerusalém: nada havia escrito sobre o pertencimento da cidade de destaque religioso. Com a Conferência da ONU, em 1947, e sua consequente aprovação para criação dos dois Estados propostos pelo Mandato, nasce o Estado de Israel. Porém, os palestinos não aceitaram o acordo, alegando injustiça nos termos de divisão territorial: teriam ficado com piores terras e localização. Como resposta a esse desacordo, tem-se a primeira Guerra árabe-israelense, no mesmo ano, opondo o Estado recém formado à Liga Árabe. Como consequência, assim como de outras guerras consecutivas na região – como a Guerra dos Seis Dias, em 1967 - , teve-se um aumento territorial israelense e uma expulsão do povo palestino de suas terras conquistadas: gerando o que se denominou de Questão Palestina
        É ainda em 1993, com o agravamento desses assentamentos israelenses de maneira ilegal, que acontece um acordo para a retirada dos judeus sionistas que lá se fixaram. Com essa saída gradual, a proposta era estabelecer o Estado da Palestina de maneira legítima. Esse acordo não foi colocado em prática em decorrência do movimento Sionista extremista que constitui parte do Estado de Israel, sendo esse, terminantemente contra a criação do Estado da Palestina. 
        Geopoliticamente, no atual Estado de Israel, palestinos estão concentrados nas regiões da Faixa de Gaza e Cisjordânia, ambos fazendo fronteira com o Estado de Israel; com o Egito e a Jordânia, respectivamente. É na Faixa de Gaza que se encontram os Hamas, movimento islamista palestino que tem sido tão comentado recentemente.
        Assim, segue até os dia em que esse artigo vos é escrito, uma sequência de conflitos armados entre o Estado de Israel e Palestinos: e os Estados Unidos, e o Egito, e o Irã e diversos outros grupos que se desmembraram a partir do início desses confrontos - há 100 anos atrás. Por isso, faz-se necessário o entendimento de suas atuações e influências nesse processo, em que cada único agente é capaz de alterar a realidade e vida de milhares de pessoas: como tem sido feito há um século.  

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