terça-feira, 30 de novembro de 2021

Minissérie: A música é uma linguagem

A música é uma linguagem, assim como toda arte.

Porém, a música é especial, há algo único na maneira como se relaciona com quem a houve e com quem a cria.

Para começar, a música tem uma série de efeitos sobre nós, efeitos fisiológicos e emocionais. Com ela, invocam-se memórias nostálgicas esquecidas. Podemos experimentar arrepios pelo corpo, mudanças na frequência cardíaca e uma catarse sem igual.

É como se a música falasse conosco, e fala mesmo. Nosso cérebro processa a música de maneira muito única e complexa, é algo muito humano. Isso pode explicar vários desses efeitos.

Criar música, por outro lado, também é uma experiência única, envolvendo criatividade, percepção e coordenação de muitas áreas do cérebro. É como se, ao tocar ou compor, um idioma fosse reproduzido.

As palavras dessa língua são culturais, são emocionais e inexatas. Mas ainda são uma linguagem, uma com alta abertura para interpretação do ouvinte.

Sobretudo, é uma língua intensa. Uma das funções da música na nossa sociedade é justamente intensificar o que ocorre. Seja dar o tem alegre a uma festa, ou construir o impacto dramático de um clímax trágico.

Podemos ver isso facilmente no cinema. As trilhas dão aos personagens temas e, com esses temas, prevê, anuncia, reflete e intensifica o que acontece com os personagens.

O que seria um filme sem trilha? Mesmo quando o cinema era mudo, comumente havia músicos acompanhando, ao vivo, a obra.

O que seria da cena que inicia a épica batalha final de Vingadores: Ultimato se não fosse sua trilha. Nota-se como a música vai se energizando, progredindo até o já conhecido tema dos vingadores.

A música é uma catalisadora de sensações. Seu lugar na cultura, nas outras artes e no coração de cada um de nós vem daí.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Psicologia e Mito


Os mitos começam na antiguidade como narrativas da relação da pessoa humana com o mundo externo. Eles provêm do inconsciente, restauram nossa conexão com o mundo antigo e devem ser interpretados simbolicamente.

Para Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica e discípulo de Freud, o mito possui vários propósitos, nem todos psicológicos, mas sua principal função seria de revelar o inconsciente.

Diferentemente de Freud, Jung afirma a existência do inconsciente pessoal e também do inconsciente coletivo. A existência do inconsciente coletivo permite compreender a universalidade dos símbolos e dos mitos, pois que estes se evidenciam em todas as culturas e em diferentes épocas de modo semelhante. 

Neste caso, os mitos seriam uma das manifestações dos arquétipos ou modelos que surgem do inconsciente coletivo da humanidade e que constituem a base da psique¹ humana. Os arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações armazenadas no inconsciente coletivo.

Assim, na busca de sentido dos arquétipos, podemos lembrar que eles surgem em narrativas míticas e culturais, originadas em épocas muito anteriores à nossa, mas que continuam a ecoar em nosso inconsciente, influindo continuamente em nossa forma de viver e também nas diversas áreas do saber.

 

¹ A psique carrega todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos que podem ser conscientes e inconscientes. A psique pode ser um guia regulador da humanidade, com a função de adaptar o indivíduo à sociedade.


terça-feira, 16 de novembro de 2021

A programação é uma habilidade cada vez mais importante

Crédito da imagem

Todo computador funciona seguindo instruções, essas instruções são um código que representa uma série de ordens que possuem um fluxo e uma finalidade, isso é um programa.

Ou seja, o computador lê o código dado e interpreta-o, fazendo o que é pedido. Claro que este código não é uma língua como a nossa. É, na verdade, uma linguagem lógica, onde os substantivos são valores e blocos de memória e toda frase é imperativa.

É cotidiana a presença do computador, até mesmo em dispositivos móveis como os smartfones. Assim, é cada vez mais interessante que seja democrático e simples o conhecimento acerca da Informática. 

Hoje em dia, há linguagens de programação e ambientes que foram feitos exatamente para ser didáticos, para ajudar alguém a começar. É o caso do App Inventor do MIT, por exemplo.

Por outro lado, é um mundo muito extenso, onde há milhares de formas de programar, de linguagens e aplicações. Isto, porém, significa também uma liberdade para fazer o que quiser, desde um site na web até um sistema de estoque.

A programação é uma forma irrestrita de expressão, você usa a criatividade e seu conhecimento para criar o que quiser. É uma ferramenta poderosa e emancipadora.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

A arte Neandertal


Cercados de mistérios sobre suas origens, os Neandertais, espécie de hominídeos que é anterior, mas que também conviveu com os Homo sapiens há milhares de anos, são, na verdade, mais hábeis do que muitos pensam.

Por muitos anos os cientistas e historiadores nos deram uma perspectiva de que a espécie Homo sapiens era totalmente superior aos Neandertais, pois os feitos desses seres ainda eram desconhecidos. Contudo, recentemente esse estereótipo foi quebrado por um conjunto de achados encontrados na Europa.

No ano de 2019, foi encontrado na Caverna do Unicórnio, em Frankfurt, na Alemanha, um osso do tamanho de uma peça de xadrez entalhado com linhas na diagonal. Muitos contestaram a possibilidade do pequeno entalhe estar relacionado aos Neandertais, mas feito o teste de radiocarbono*, ficou provado que o adereço pertencia realmente a um Neandertal.



Além disso, na Espanha, mais especificamente da região de Málaga, foram encontradas pinturas em cavernas datadas de mais de 65 mil anos, provando a afeição dos Neandertais pela arte. As artes presentes na caverna foram elaboradas em diferentes períodos, afastando a hipótese de que surgiram de processos naturais. Os hominídeos mostram certa organização na hora de realizar as pinturas, já que havia diferença de textura e composição entre os resquícios avermelhados no interior da caverna.



Estamos em constante evolução sobre o conhecimento de nossas origens. A cada dia que passa descobrimos coisas novas sobre nossos antepassados, saber disso, nos dá, uma sensação de conforto e ficamos eufóricos com as descobertas. Que possamos descobrir mais sobre esses seres e fiquemos sempre ligados a nossas origens, pois isso é motivo de alegria e satisfação de saber mais e mais.


*Curiosidades:
  • O teste de radiocarbono é um método de datação radiométrica que usa o radioisótopo de ocorrência natural carbono-14 (14C) para determinar a idade de materiais carbonáceos até cerca de 60 000 anos.
  • Os Homo sapiens só surgiram há cerca de 40 mil anos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Testes de personalidade

 

Colocar padrões nas coisas é um hábito que todos temos. Gostamos de entender o mundo, encaixar pedaços da realidade em caixas controláveis. Ora, se buscamos controlar desta forma tudo que é exteriorde compostos químicos a linguagemcomo poderíamos não voltar esta ansiedade analítica para nós mesmos?

Pois é isto que fazemos. Criamos formas de classificar as personalidades humanas, explicar os comportamentos e maneiras com que interagimos com o mundo.

Desde muito tempo atrás, sociedades olharam para o céu e, à medida em que se conhecia mais sobre os astros, fazia-se com que as estrelas refletissem nós mesmos. A astrologia é uma prática comum e historicamente importante para muitos povos.

Atualmente, vemos esta categorização tornando-se cada vez mais popular. Testes famosos de personalidade, ao lado de formas mais tradicionais como a astrologia, ganham espaço nas redes sociais.

É possível ter a si mesmo encaixado em um de várias classes de características que pretendem-se como limpas e claras. Contudo, muitos criticam estas ferramentas, alegando que possuem uma ambiguidade que facilita a identificação.

Entre os testes e modelos de personalidade emergentes, temos o eneagrama e o MBTI - Myers-Briggs Type Indicator.

O eneagrama é um modelo de nove arquétipos no qual cada pessoa possui um principal e outro complementar. Já o MBTI trata-se de um modelo de dezesseis arquétipos, cada um com dois subtipos.

Muitas pessoas e mesmo culturas inteiras dão muita importância a esses modelos de personalidade, às vezes com exagero. Na esquete do canal Porta dos Fundos intitulada Mapa Astral, vê-se a sátira com os signos do zodíaco, mostrando que é um tema relevante para a nossa sociedade:

Falando de música, temos as nove faixas do álbum Atlas: Enneagram, por Sleeping at Last, que descrevem, cada uma, um dos nove arquétipos do eneagrama.

A nossa vontade de nos colocarmos nestas caixas talvez esteja relacionada a nossa vontade de encontrarmos um lugar na sociedade. Na trilogia Divergente, por Veronica Roth, os jovens de uma sociedade pós apocalíptica devem se encaixar, com base em suas personalidades, em uma de seis facções para tornarem-se adultos. 

Muitos criticam estas ferramentas de teste e agrupamento por serem pseudocientíficos, outros encontram neles significado. A psicologia, por outro lado, fornece um caminho mais racional para esse entendimento. 

No final, os testes parecem preencher nossa necessidade de nos entendermos e sentirmos que pertencemos a pelo menos um grupo de pessoas semelhantes.