segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Testes de personalidade

 

Colocar padrões nas coisas é um hábito que todos temos. Gostamos de entender o mundo, encaixar pedaços da realidade em caixas controláveis. Ora, se buscamos controlar desta forma tudo que é exteriorde compostos químicos a linguagemcomo poderíamos não voltar esta ansiedade analítica para nós mesmos?

Pois é isto que fazemos. Criamos formas de classificar as personalidades humanas, explicar os comportamentos e maneiras com que interagimos com o mundo.

Desde muito tempo atrás, sociedades olharam para o céu e, à medida em que se conhecia mais sobre os astros, fazia-se com que as estrelas refletissem nós mesmos. A astrologia é uma prática comum e historicamente importante para muitos povos.

Atualmente, vemos esta categorização tornando-se cada vez mais popular. Testes famosos de personalidade, ao lado de formas mais tradicionais como a astrologia, ganham espaço nas redes sociais.

É possível ter a si mesmo encaixado em um de várias classes de características que pretendem-se como limpas e claras. Contudo, muitos criticam estas ferramentas, alegando que possuem uma ambiguidade que facilita a identificação.

Entre os testes e modelos de personalidade emergentes, temos o eneagrama e o MBTI - Myers-Briggs Type Indicator.

O eneagrama é um modelo de nove arquétipos no qual cada pessoa possui um principal e outro complementar. Já o MBTI trata-se de um modelo de dezesseis arquétipos, cada um com dois subtipos.

Muitas pessoas e mesmo culturas inteiras dão muita importância a esses modelos de personalidade, às vezes com exagero. Na esquete do canal Porta dos Fundos intitulada Mapa Astral, vê-se a sátira com os signos do zodíaco, mostrando que é um tema relevante para a nossa sociedade:

Falando de música, temos as nove faixas do álbum Atlas: Enneagram, por Sleeping at Last, que descrevem, cada uma, um dos nove arquétipos do eneagrama.

A nossa vontade de nos colocarmos nestas caixas talvez esteja relacionada a nossa vontade de encontrarmos um lugar na sociedade. Na trilogia Divergente, por Veronica Roth, os jovens de uma sociedade pós apocalíptica devem se encaixar, com base em suas personalidades, em uma de seis facções para tornarem-se adultos. 

Muitos criticam estas ferramentas de teste e agrupamento por serem pseudocientíficos, outros encontram neles significado. A psicologia, por outro lado, fornece um caminho mais racional para esse entendimento. 

No final, os testes parecem preencher nossa necessidade de nos entendermos e sentirmos que pertencemos a pelo menos um grupo de pessoas semelhantes.

Para saber mais: 


Nenhum comentário:

Postar um comentário