Segundo Peter Burke, professor de História da Cultura na Universidade de Cambridge: "as piadas se perdem na tradução não apenas de um idioma para outro, mas também entre diferentes periodos e culturas", sendo assim, cada época do humor compunha um eixo temático, seguindo seus costumes.
Atualmente é notório observar que a normalização do humor ácido em algumas piadas vem nos trazendo entraves como, estereótipos referentes a crenças, culturas e personalidades, bullying e cyberbullying, incitação a apologia ao crime e entre outros.
De um lado, alguns humoristas defendem a pauta de que o mundo está querendo se tornar "politicamente correto", e do outro, o público defendendo seus pensamentos e costumes.
Com relação ao humor profissional (stand-ups), a Constituição brasileira prevé que: "É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato". Sendo assim, a manifestação de humor em shows seria de certa forma "liberada" contanto que não infrinja os direitos humanos ou a liberdade do outro.
O conhecimento com relação ao assunto da existência de limites no humor ainda é muito vasto, e alguns humoristas contribuíram para uma pesquisa com esse tema.
Da visão de profissionais do humor, Léo Lins assume que não tem limites em suas piadas, independente se ofendem algumas minorias, se ele faz alguma pessoa rir, já cumpriu seu objetivo. Também acrescenta que: "O humor não tem limites, o limite tá onde ele acontece, isso pra mim resume tudo, a partir do momento que começarem a entender isso vai ficar mais fácil". Ademais conclui que seu intuito não é ofender ninguém e não vai mexer com ninguém que não procure seus shows ou suas redes sociais. O humorista Roque Sponholz acredita que limitar o humor é equivalente a limitar sua liberdade de expressão. "Como sempre digo, (...) charge sem crítica, seja ela aos costumes, ao meio ambiente, ao esporte, ao cotidiano, aos governos, aos santos, diabos e tiranos, etc., não é charge; é piada de salão".
Em contrapartida, Pryscila Vieira entende que o extremo da comédia é o respeito, em suas palavras "nada adianta se só a pessoa que faz a píada achar graça". Desse modo, cabe à responsabilidade de cada profissional estabelecer seus limites ou arcar com as consequências do humor "livre", tendo impacto num grande ou ralo público.
Podemos entender então, que o humor se encontra em uma grande incógnita, será que deveriamos impor limites a todos? Ou deveria ser 100% liberado, qualquer e toda forma de humor? Por questões de limites internos de cada pessoa, o humor sem censura não é viável e nem recomendado, pois pode gerar problemas específicos a quem atinge. Por outro lado, em uma roda de amigos é comum e em certos graus até saudável, afinal quem não gosta de rir um pouco da vida? O principal limite que devemos entender, é o de cada pessoa. O humor é uma arte incrivel quando sabemos usá-lo.
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ResponderExcluirAcredito que precisamos sim de limites, senão a liberdade vira libertinagem! Excelente texto!
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