Como usar?
Obras audiovisuais são muito mais que entretenimento, elas são reflexos da nossa sociedade, que mostram tanto nossa atualidade quanto nossa história, são portais para outras culturas e ferramentas poderosas para a educação e a reflexão crítica. Você pode usar obras audiovisuais na introdução e no desenvolvimento do seu texto. Isso vale para a redação dissertativo-argumentativa, que é a pedida do Enem e na maioria dos vestibulares. A dica principal é sempre contextualizar a obra. Não precisa dar um resumo completo, apenas mencione os detalhes que se conectam diretamente com o tema da sua redação. E lembre-se de não exagerar. Tentar citar muitas coisas só para mostrar que tem repertório pode acabar prejudicando sua argumentação. O ideal é usar uma ou duas citações bem escolhidas e bem explicadas.
Ainda estou aqui (2024)
Disponível no Globoplay

Esse filme aborda a história real de Eunice Paiva, uma mulher que lutou bravamente contra o regime militar e pela memória de seu marido, Rubens Paiva, um militante político desaparecido. O filme é uma poderosa ferramenta para discutir a Ditadura Militar no Brasil, a violência de Estado, a luta pelos direitos humanos e a busca incansável por justiça e verdade. Também pode ser usado para exemplificar a resiliência da sociedade civil diante da opressão, o papel da memória histórica e a importância de não esquecer os crimes cometidos pelo Estado. É um filme excelente para debater a democracia e os desafios que ela enfrenta.
Que horas ela volta? (2015)
Disponível no Globoplay, Netflix, Prime video e Youtube

O famoso filme usado em redações conta a história de Val, uma empregada doméstica que se muda para São Paulo na esperança de dar uma vida melhor para a filha. A trama levanta questões sobre relações de classe, herança da escravidão e a hierarquia social no Brasil. Ele é um ótimo exemplo para falar sobre desigualdade social, invisibilidade do trabalho doméstico e falta de mobilidade social. A relação entre Val e a filha, que não aceita as limitações da profissão da mãe, também abre espaço para discutir a quebra de padrões e a luta por direitos.
De volta para o futuro (1985)
Disponível no Globoplay e Prime video

Mesmo sendo ficção, esse clássico pode aparecer em redações sobre tecnologia e inovação. A história levanta reflexões sobre como nossas ações de hoje influenciam o futuro, além de mostrar a ligação entre passado e presente. Também é uma boa referência para discutir ética, responsabilidade na criação de novas tecnologias e o impacto da ciência na vida das pessoas.
Cidade de Deus (2002)
Disponível na HBO Max, Globoplay, Prime video, Paramount+ e Netflix

O filme retrata a violência e a criminalidade nas favelas do Rio de Janeiro, mostrando como a falta de oportunidades e a desigualdade social moldam a vida de jovens e comunidades inteiras. É uma ferramenta poderosa para discutir exclusão social, violência urbana e a fragilidade das instituições públicas. Você pode usar o filme para argumentar sobre a marginalização social, os efeitos da desigualdade econômica e a necessidade de políticas públicas de inclusão, educação e segurança.
Getúlio (2014)
Disponível na Netflix e Globoplay

O filme mostra os últimos dias do presidente Getúlio Vargas, mostrando os dilemas políticos, a pressão da mídia e a crise institucional no Brasil. É uma ferramenta poderosa para discutir política, história e os desafios da democracia. Podemos usar o filme para argumentar sobre instabilidade governamental, tomada de decisões em momentos críticos e a importância de compreender o contexto histórico para analisar os acontecimentos políticos.
Hotel Ruanda (2004)
Disponível na Prime video

Baseado em fatos reais, o filme narra o genocídio de Ruanda, um dos piores massacres da história. Ele destaca a violência étnica, a falta de intervenção internacional e a banalização do mal. É um filme essencial para discutir direitos humanos, a responsabilidade da comunidade internacional em crises humanitárias e o perigo do ódio e da intolerância.
O dilema das redes (2020)
Disponível na Netflix

Este documentário explora o impacto das redes sociais na sociedade, expondo como as plataformas são projetadas para viciar e manipular os usuários. É um recurso valioso para discutir a saúde mental na era digital, a disseminação de fake news, a posição política e a perda de privacidade. Pode-se usar esse filme para argumentar sobre a responsabilidade das grandes empresas de tecnologia e a necessidade de uma educação digital mais aprofundada para a população.
Meninas (2006)
Disponível no Youtube e Prime video

O documentário acompanha a vida de quatro adolescentes grávidas e suas famílias. É um recurso valioso para discutir a gravidez na adolescência, a falta de educação sexual, a vulnerabilidade social e o impacto da maternidade precoce na vida das jovens. Também podemos usá-lo para argumentar sobre a necessidade de políticas de saúde pública.
Guerras do Brasil.doc (2019)
Disponível na Netflix

Essa série documental explora os diferentes conflitos que moldaram a história do Brasil, desde a chegada dos portugueses. É uma excelente fonte para contextualizar o genocídio indígena, a escravidão, a luta por território e a formação da identidade nacional. Útil para debater as raízes históricas dos problemas sociais atuais e a violência estrutural presente na sociedade brasileira. A série apresenta conflitos como a guerra do Paraguai e a guerra dos Palmares e a Revolução de 1930.
Holocausto Brasileiro (2016)
Disponível na Netflix

O documentário expõe a história do Hospital Colônia de Barbacena, que internou milhares de pessoas de forma desumana. É um material chocante que revela a negligência do Estado, a exclusão social e a violência institucional. É uma fonte poderosa para discutir a saúde mental, o tratamento inadequado de pessoas com deficiência e a estigmatização de minorias. Você pode usá-lo para argumentar sobre a falha do sistema de saúde e a necessidade de uma reforma psiquiátrica mais humanizada.
Os outros (2023)
Disponível no Globoplay

A série mostra como são complexas as relações em um condomínio, abordando temas como violência urbana, fragilidade das leis e falta de diálogo entre as pessoas. Ela pode servir para mostrar como a justiça com as próprias mãos e a ausência de mediação de conflitos podem levar a situações extremas. É um ótimo exemplo para falar sobre ética, convivência em sociedade e as consequências de nossas escolhas.
Sob Pressão (2017)
Disponível no Globoplay

A série, que se passa em um hospital público do Rio de Janeiro, expõe a precarização da saúde pública no Brasil. Ela mostra o dia a dia dos profissionais de saúde, que enfrentam a falta de recursos, a burocracia e o sofrimento dos pacientes. Podemos usar a série para argumentar sobre a necessidade de investimentos na área da saúde, a desigualdade no acesso e o papel dos profissionais na garantia de direitos.
Maid (2021)
Disponível na Netflix

A série acompanha a história de Alex, uma jovem mãe que foge de um relacionamento abusivo e trabalha como faxineira para sustentar a filha. É um material rico para discutir a violência doméstica, a pobreza, o abandono estatal e a invisibilidade das mulheres em situação de vulnerabilidade. Essa série é ótima para debater a falta de amparo social, as dificuldades para sair de um ciclo de violência e a luta pela dignidade.
The handmaid´s tale- O conto da Aia (2017)
Disponível no Disney+, Globoplay, Prime video e Paramount+

Essa distopia mostra uma sociedade autoritária onde as mulheres são oprimidas e usadas para procriar. É uma série essencial para discutir o machismo, a perda de direitos, a opressão de gênero e a ameaça de regimes autoritários. É uma série importante para alertar sobre o perigo do retrocesso social, a violência contra a mulher e a importância da luta por direitos civis e reprodutivos.
No fim das contas, maratonar séries ou assistir filmes pode ser mais útil do que você imagina. Cada história que te marcou pode virar argumento, cada documentário impactante pode mostrar seu ponto de vista, basta escolher bem, contextualizar e deixar a sua redação cheia de repertório, sem exageros. Porque, no fim, o que conta mesmo é mostrar pensamento crítico e conexão com o mundo e isso a cultura pop faz como ninguém!
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