Os 50 anos em 5 de Juscelino Kubitscheck
Ex - presidente Juscelino Kubitschek |
Em
três de Outubro de 1955, realizaram-se novas eleições. Juscelino Kubitschek de
Oliveira elegeu-se presidente e João Goulart vice. Os dois permaneceriam no
poder de 1956 a 1961. Inconformados com a nova derrota, os oposicionistas da
UDN realizaram várias tentativas de eliminação do direito de posse do governo
por Juscelino, tais como alegações de que os candidatos estariam sendo apoiados
pelo comunismo internacional, adoção de Café Filho (substituto de Vargas e que
estava “do mesmo lado” que J.K.) a essa tese e uma tentativa de golpe iniciada
em Jacareanga, mas que foi contida pelo governo.
Visando
o desenvolvimento do país, o governo de J. K. adotou o Plano de Metas, o qual
priorizava as obras de industrialização e sendo inclusive a criação de
Brasília, a “obra-símbolo” de seu programa de governo. De aspectos negativos
teve o aumento da dívida externa devido aos empréstimos para realização das
obras, aumento da inflação e o salário mantido num baixo patamar e o êxodo da
população rural para as cidades em busca de melhores condições de vida, porém a
maioria ficou na extrema miséria. As correntes políticas tinham bastante
liberdade no governo de Kubitschek, exceto o Partido Comunista que continuava
na ilegalidade.
A
passagem de Jânio Quadros pela Presidência.
Ex - presidente Jânio Quadros. |
O
governo de Jânio Quadros foi curto, mas com muitas surpresas. Apoiado pela UDN
e pelos antigetulistas, Jânio Quadros foi eleito com 48% dos votos; já seu vice
João Goulart (Jango) era considerado herdeiro político do getulismo. Apesar de
querer manter o Brasil aberto ao capital estrangeiro e seguir a política
econômica ditada pelo Fundo Monetário Internacional, certas medidas foram mal
vistas pelos seus aliados. Ao reatar as relações diplomáticas com a União
Soviética e homenagear um dos principais líderes da revolução socialista cubana
de 1959, Ernesto “Che” Guevara, a UDN e a direita brasileira se opuseram ao
presidente. Sem ter a quem se amparar, o presidente renunciou no dia 25 de
Agosto de 1961.
Ernesto "Che" Guevara (à esquerda) e o ex - presidente Jânio Quadros. |
A posse de João Goulart e o Parlamentarismo
Ex - presidente João Goulart. |
Uma
vez que Jânio Quadros renunciou, o vice teria de ser o novo presidente. A posse
do governo por João Goulart (Jango) só seria aceita se o presidente aceitasse
que se instalasse o parlamentarismo no Brasil, pois Jango era considerado como
um “perigo comunista” pelos integrantes da UDN, comandantes militares e grandes
empresários.
O
parlamentarismo não foi bem aceito pela população, Jango possuía mais poder
para governar. Como medida de solução dos problemas econômicos e sociais, Jango
formalizou o Plano Trienal,
mas tal medida fracassara e isso só serviu para aumentar as tensões sociais no
país. Além disso, grupos estudantis, operários e camponeses iam às ruas e
pregavam transformações que, segundo eles, visavam uma sociedade mais justa e
igualitária. Em 13 de Março de 1964, João Goulart propôs as reformas de base .
A política das reformas de base e a aprovação da lei que limitava o envio de
dólares das empresas multinacionais para o exterior gerou uma série de reações
às reformas. A Marcha da Família com
Deus pela liberdade que reunia senhoras católicas, autoridades civis,
empresários e parte da classe média, é um exemplo de oposição às reformas de
base.
Direita
e esquerda radicalizavam suas posições. Seiscentos sargentos do Exército e da
Aeronáutica ocuparam a tiros suas guarnições para exigir o direito de voto. A
revolta foi controlada, porém os oficiais militares culpavam o governo pelo
clima de “desordem”. Então em 31 de Março de 1964 ocorreu a rebelião das Forças
Armadas contra o governo João Goulart, marcando o início da ditadura no Brasil.
REFERÊNCIAS:
COTRIM,
G. Período Democrático (1946 – 1964). In: GILBERTO COTRIM. História Global. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 192 – 206.
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