sexta-feira, 6 de junho de 2014

Ditadura Militar: Antecedentes - Parte 2

Os 50 anos em 5 de Juscelino Kubitscheck

Ex - presidente Juscelino Kubitschek

Em três de Outubro de 1955, realizaram-se novas eleições. Juscelino Kubitschek de Oliveira elegeu-se presidente e João Goulart vice. Os dois permaneceriam no poder de 1956 a 1961. Inconformados com a nova derrota, os oposicionistas da UDN realizaram várias tentativas de eliminação do direito de posse do governo por Juscelino, tais como alegações de que os candidatos estariam sendo apoiados pelo comunismo internacional, adoção de Café Filho (substituto de Vargas e que estava “do mesmo lado” que J.K.) a essa tese e uma tentativa de golpe iniciada em Jacareanga, mas que foi contida pelo governo.

Visando o desenvolvimento do país, o governo de J. K. adotou o Plano de Metas, o qual priorizava as obras de industrialização e sendo inclusive a criação de Brasília, a “obra-símbolo” de seu programa de governo. De aspectos negativos teve o aumento da dívida externa devido aos empréstimos para realização das obras, aumento da inflação e o salário mantido num baixo patamar e o êxodo da população rural para as cidades em busca de melhores condições de vida, porém a maioria ficou na extrema miséria. As correntes políticas tinham bastante liberdade no governo de Kubitschek, exceto o Partido Comunista que continuava na ilegalidade.


A passagem de Jânio Quadros pela Presidência.

Ex - presidente Jânio Quadros.



O governo de Jânio Quadros foi curto, mas com muitas surpresas. Apoiado pela UDN e pelos antigetulistas, Jânio Quadros foi eleito com 48% dos votos; já seu vice João Goulart (Jango) era considerado herdeiro político do getulismo. Apesar de querer manter o Brasil aberto ao capital estrangeiro e seguir a política econômica ditada pelo Fundo Monetário Internacional, certas medidas foram mal vistas pelos seus aliados. Ao reatar as relações diplomáticas com a União Soviética e homenagear um dos principais líderes da revolução socialista cubana de 1959, Ernesto “Che” Guevara, a UDN e a direita brasileira se opuseram ao presidente. Sem ter a quem se amparar, o presidente renunciou no dia 25 de Agosto de 1961.

Ernesto "Che" Guevara (à esquerda) e o ex - presidente Jânio Quadros. 


A posse de João Goulart e o Parlamentarismo

Ex - presidente João Goulart. 

Uma vez que Jânio Quadros renunciou, o vice teria de ser o novo presidente. A posse do governo por João Goulart (Jango) só seria aceita se o presidente aceitasse que se instalasse o parlamentarismo no Brasil, pois Jango era considerado como um “perigo comunista” pelos integrantes da UDN, comandantes militares e grandes empresários.
O parlamentarismo não foi bem aceito pela população, Jango possuía mais poder para governar. Como medida de solução dos problemas econômicos e sociais, Jango formalizou o Plano Trienal, mas tal medida fracassara e isso só serviu para aumentar as tensões sociais no país. Além disso, grupos estudantis, operários e camponeses iam às ruas e pregavam transformações que, segundo eles, visavam uma sociedade mais justa e igualitária. Em 13 de Março de 1964, João Goulart propôs as reformas de base . A política das reformas de base e a aprovação da lei que limitava o envio de dólares das empresas multinacionais para o exterior gerou uma série de reações às reformas.  A Marcha da Família com Deus pela liberdade que reunia senhoras católicas, autoridades civis, empresários e parte da classe média, é um exemplo de oposição às reformas de base.
Direita e esquerda radicalizavam suas posições. Seiscentos sargentos do Exército e da Aeronáutica ocuparam a tiros suas guarnições para exigir o direito de voto. A revolta foi controlada, porém os oficiais militares culpavam o governo pelo clima de “desordem”. Então em 31 de Março de 1964 ocorreu a rebelião das Forças Armadas contra o governo João Goulart, marcando o início da ditadura no Brasil.


REFERÊNCIAS:

COTRIM, G. Período Democrático (1946 – 1964). In: GILBERTO COTRIM. História Global. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 192 – 206.


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