O rap, pertencente ao movimento do hip hop, é o estilo de música caracterizado por um discurso rítmico com rimas e poesia. No Brasil o rap se constituiu em 1980 e desde lá até os dias de hoje, o ritmo musical é visto como uma das vozes dos negros e negras que relatam seu dia a dia de vida ou suas dificuldades , sendo também, um instrumento de denuncia de problemas sociais persistentes como as desigualdades sociais, o racismo, pobreza , crimes, violência, vivencias pessoais e entre outros.
O rap conquista cada vez mais seu destaque merecido, é reconhecido com uma a arte da transformação, as letras do estilo de música hoje, é analisada por diversos estudiosos tendo sua destacada presença nos mais variados espaços brasileiros. Pode-se destacar também o álbum Sobrevivendo no inferno dos Racionais MC’s que entrou para a lista obrigatória de obras para o vestibular da Unicamp, onde o álbum é integrado ao gênero de poesia, o qual tem forte ligação com o ritmo musical da cultural do hip hop.
Album "Sobrevivendo no inferno" do Racionais MC's. |
“O hip hop brasileiro tem um
vínculo político muito forte com a igualdade e com antirracismo, para o qual
também canto “assim afirma o cantor de rap Emicida, o qual seu pseudônimo
E.M.I.C.I.D.A significa “Enquanto Minha Imaginação Compor Insanidades Domino a
Arte”. O cantor hoje é um dos grandes símbolos do rap nacional, aborda
fortemente em suas músicas a discriminação racial e os dramas e as felicidades
da vida nas periferias.
Outro artista em ascensão do
movimento do hip hop nacional, é o rapper Djonga que com apenas 25 anos, tem na
conta três álbuns de estúdio, o racismo e a desigualdade social são denunciados
em seus shows , inclusive o famoso grito de guerra “fogo nos racista!” é
entoado por dezenas de vezes num coro
formado por brancos e pretos contagiados pela energia do rapper, o grito
pertence ao sucesso musical “olho de tigre” do cantor.
O cantor Emicida durante a gravação do videoclipe música AmarELo. |
Houve muitas transformações no rap com o passar dos anos, o destaque destas é o crescente espaço conquistado pelas mulheres, tornando o estilo musical ainda mais representativo. Recentemente o cantor Emicida questionou a presença de artistas LGBTQ na cena rap brasileira mostrando a necessidade de mais representação. Contudo, o rap tem uma representatividade relevante e continua seguindo sua missão de ser um instrumento de denuncia social por meio da arte e cultura do hip hop.
Album "Heresia" do cantor do rap nacional Djonga. |
Referências :
ITO, Carol. A lealdade de Djonga: Djonga, que já surgiu grande no rap, fala de suas raízes, do racismo, da obsessão por Cazuza, de astrologia e da firmeza de suas posturas. 2019. Disponível em: <https://revistatrip.uol.com.br/trip/djonga-um-dos-nomes-mais-influentes-do-rap-fala-sobre-suas-raizes-racismo-cazuza-e-astrologia>. Acesso em: 16 nov. 2019.
ANDRADE, Valéria. Rap: reocupando um lugar que sempre foi nosso. 2018. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/rap-reocupando-um-lugar-que-sempre-foi-nosso/>. Acesso em: 16 nov. 2019.
CORDEIRO, Felipe. Unicamp coloca álbum dos Racionais na lista de obras obrigatórias. 2018. Disponível em: <https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,unicamp-coloca-album-dos-racionais-na-lista-de-obras-obrigatorias,70002321441>. Acesso em: 16 nov. 2019.
ROJAS, Yumber Vera (Org.). Emicida: “Sou um soldado do rap”. 2014. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2014/05/05/cultura/1399312191_517144.html>. Acesso em: 16 nov. 2019.
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