Com certeza, todos já tiveram — ou ainda têm — aquela pelúcia ou brinquedo favorito que nos defendia dos monstros escondidos debaixo da cama. Aqueles que nos traziam conforto e nos ajudavam em momentos de euforia ou tristeza.
Esses objetos inanimados, chamados “objetos transicionais”, têm uma função muito importante no nosso desenvolvimento afetivo e nos ajudam a assimilar o desenvolvimento humano, a desenvolver e preservar as relações conforme amadurecemos.
Quem prestou atenção na função desses “objetos especiais” foi o pediatra e psicanalista inglês Winnicott, ele elaborou uma teoria em que estas transformações, além da escolha específica do objeto, indicavam a capacidade de criação da criança, elegendo, inventando e trabalhando sua imaginação, assim, iniciando um apego em relação ao objeto. Ele incorporou na Psicanálise o termo “transicional” para designar uma área intermediária da experiência, um espaço onde as realidades interna e externa do bebê se tocam e separam o interior do exterior. O objeto transicional seria, assim, uma espécie de mediador entre mãe e filho, entre mundo interno e mundo externo ou, em outros termos, a área de encontro entre o “eu” e o “não-eu”.
Com relação à vida adulta, o psicólogo Robert Ryan, afirma que o fato de adultos ainda dormirem com pelúcias pode ajudar a lidarem com medos existenciais, ou até mesmo pode ser um sinal de solidão.
Dormir com nossos queridinhos, não é necessariamente um sinal ruim, desde que isso não interfira negativamente na sua vida pessoal, como por exemplo, dificultando seus relacionamentos com pessoas humanas.
Afinal, como “objetos transicionais”, os bichinhos podem nos preparar para relacionamentos com gente como a gente.
Para saber mais:
Donald Winnicot:
Winnicot, D. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro, LTC, 2021.
Entrevista com Robert Ryan:
https://www.vice.com/en/
Nenhum comentário:
Postar um comentário