terça-feira, 7 de maio de 2024

Dismorfia corporal gerada pelas redes sociais

O transtorno do século XXI

    A tecnologia colabora com o aumento da preocupação com a auto imagem, problema esse que afeta pessoas de todas as faixas etárias, mas principalmente os jovens na adolescência. 

    O excesso da preocupação com a estética do corpo, dando ênfase às “imperfeições”, na maior parte do tempo, chama-se dismorfia corporal. Isso é causado pelo  padrão de uma aparência perfeita imposta pela sociedade, aqueles que não se enquadram não são considerados parte desse padrão. Vemos que a apropriação de um modelo estético é um problema estrutural grave vindo de muitos anos atrás, um exemplo é um conceito que surgiu no século XIX, “raça ariana”, considerada como a mais pura linhagem de seres humanos, sendo superiores às demais. Esses eram pessoas altas, brancas, cabelos loiros, olhos claros, etc.



Tá, mas o que isso tem a ver com as redes sociais?

    Um dos fatores das redes sociais que ajuda a proliferação dessa distorção de imagem são os filtros.  Quando os filtros foram criados os usuários usavam para se fantasiar, já que na maior parte eram de animais, seres místicos, humanoides, etc. O mais famoso era o filtro de cachorro do Snapchat, aposto que você tem uma foto assim! Porém, de duas décadas para cá os filtros já não são mais vistos como uma diversão e sim como um “aprimoramento” facial ou corporal.

    A maior parte dos criadores de conteúdos não gravam mais stories sem o uso deles. A usabilidade desses filtros não é o problema, a questão é quando o usuário passa a não se enxergar como ele é e sim só usando o filtro, pois dessa forma ele tem uma aceitação maior na rede.  Essa tecnologia é feita com a idealização de uma “beleza perfeita”, fato esse impossível para uma pessoa que tem toda uma rotina no dia a dia. Além do mais, a maioria desses filtros possuem o padrão de uma pessoa europeia, reforçando um padrão racista. Nesses últimos anos, a repercussão é de um nariz fino, levando muitas pessoas a procedimentos estéticos, como a cirurgia plástica.

    A distorção de imagem faz com que as pessoas, muitas vezes inconscientes, escondam quem realmente elas são, por medo de serem rejeitadas no mundo virtual. Nesse contexto, você já fez o rascunho de um story ou de uma publicação no feed e no fim acabou excluindo por imaginar: "O que vão pensar de mim?" ou pode acontecer de ser a publicação de uma foto recente ou mais antiga, que você fica fitado em encontrar defeitos até apagar, sei como é! Infelizmente, pela enxurrada de informações que somos expostos, pensamentos intrusivos tem se tornado normal na vida das pessoas. 

    Outro ponto muito importante para refletir é que uma grande massa afetada por esse mundo irreal, onde não há imperfeições, é um prato cheio para as grandes indústrias, visto que muitos estão sempre buscando se enquadrar no modelo ideal, favorecendo com que as indústrias possam criar meios para lucrar com a situação, gerando no receptor o sentimento de necessidade para obter o produto anunciado.

    Com o exposto, não significa que você precisa parar de usar filtros, afinal eles são bem vindo quando não estamos muito afim de se arrumar. Só não podemos nos tornar reféns dessa tecnologia, deixando ela nos moldar e tirar nossa essência. Quem você é faz parte da sua história e o mundo é formado por diversidades: pessoas negras, amarelas, brancas, indígenas, uns tem nariz grosso enquanto outros fino, alguns possuem cabelos lisos, cacheados, crespos, etc. Somos uma mistura e não aceitaremos fazer parte de um padrão que quer apagar o nosso eu.

Dismorfia corporal não é brincadeira

    Não se deixe levar pelo o que você vê nas redes sociais, não se sabe o que é real ou não. Por isso, esteja bem consigo mesmo, antes de sair consumindo conteúdos. Se necessário tire um tempo fora das redes ou tome uma medida mais rígida, ficar sem por tempo indeterminado. Acredite, às vezes é necessário!

  E atenção aos sintomas de dismorfia corporal:

  • Evitar ou estar sempre se olhando no espelho;
  • Baixa autoestima;
  • Ter uma comparação excessiva do seu corpo com os dos outros;
  • Estar sempre dando ênfase a partes do corpo que você não gosta;
  • Entre outros fatores.
    Se você se identifica com alguns desses fatores citados acima procure ajuda de algum especialista. A dismorfia corporal não é brincadeira, não é frescura e é mais comum do que imaginamos! 


Até semana que vem!

    
    Ficamos por aqui, gostou do conteúdo dessa semana? Sempre há publicação fresquinha uma vez por semana, então já coloque no seu cronograma  para não perder a próxima. Enquanto isso, leia os textos passados, pois todos são assuntos muito importantes! Beijoss, até a próxima.





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