terça-feira, 14 de maio de 2024

Problemas Mentais: Parte 1

É perceptível o crescimento de casos de pessoas que sofrem com doenças mentais e, por este motivo, dividimos esse assunto em duas partes, nas quais trataremos da relação com o mundo digital e a revolução da psiquiatria, respectivamente.

Podemos notar que atualmente está ocorrendo uma “fusão” do mundo real com o mundo virtual e isso decorre da dependência que as pessoas tem do aparelho celular e, mais especificamente, da internet. Recentemente, na edição do Big Brother Brasil 2024, a participante e influenciadora digital Vanessa Lopes desistiu do programa após perceber que estava com comportamentos fora do normal e com distorção da realidade, recebendo um laudo médico de psicose aguda, causada por estresse excessivo e mudança extrema de uma experiência de vida. Vanessa Lopes vivia numa realidade virtual fora da casa e a “abstinência” desse mundo, entre outros fatores, causou seu problema mental.

 São 131.506 milhões de contas ativas na internet. Destas, 127.4 milhões são usuários únicos nas redes sociais (96,9%). Segundo a pesquisa “Digital in 2022: Brazil”, realizada pela Hootsuite e We Are Social os brasileiros passam em média 10 horas por dia no celular, sendo 3 horas e 41 minutos dedicados as redes sociais. Esse uso excessivo das redes expõe o ser humano a casos de cyberbullying, isolamento do mundo real e de relações com outras pessoas, comparação de estilos de vida, grande demanda de notícias negativas e um nível de dopamina ao qual o cérebro humano não está preparado para receber.

A dopamina é um neurotransmissor estimulante, responsável pela sensação de energia, disposição e prazer. Na dose certa, proporciona satisfação e felicidade aos indivíduos. Mas sua falta ou excesso desregulam as funções neurais. E, de acordo com o psicólogo estadunidense Joshua Buckholz, o resultado pode ser caótico: distúrbios psiquiátricos, caráter antissocial, déficit de atenção ou hiperatividade. As redes sociais nos causaram um vício em curtidas, que liberam dopamina, juntamente aos vídeos curtos, que são sempre inesperados e por isso, funcionam como uma “surpresa” para a nossa mente. A esquizofrenia é um exemplo de distúrbio causado pelo excesso ou desregulação de dopamina, tanto que seu tratamento inclui remédios que bloqueiam os receptores desse hormônio.

Além do risco de esquizofrenia, utilizar freneticamente as telas pode causar depressão, ansiedade, dependência digital, baixa autoestima e transtornos de sono. Também pode-se desencadear a ‘nomofobia’, que é o medo de ficar longe do celular. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais apontou ainda que o uso excessivo de telas pode diminuir o Quociente de Inteligência (QI) antes do esperado, visto que há uma falta de incentivo para atividades que requerem pensamento rápido e outras habilidades que contribuem para o funcionamento ativo do cérebro.

Refletindo sobre o tema...

Infelizmente, a tendência é que o uso dos smartphones aumente e gere um ciclo vicioso, como relata o jovem Davi Mendonça, que participou de uma pesquisa realizada pela secretaria da saúde do Ceará: "Há momentos em que eu consigo ocupar minha cabeça com outras coisas e deixo as redes mais de lado. Depois, por algum motivo, sou 'sugado' pelos aplicativos e me vejo usando o celular por horas, sem perceber. De uma maneira geral, esse uso desenfreado é bem prejudicial e me afeta negativamente. Além de me deixar cansado, fico ansioso". 

Diante desses conhecimentos, é importante começar a utilizar os aparelhos celulares com mais consciência, para que nós estejamos no controle de nossos pensamentos e não os conteúdos virtuais. Além de gerir nosso tempo diante das telas, precisamos enriquecer nosso tempo fora delas, tentando manter a nossa mente ativa, a fim de "quebrar" um ciclo de vício!


Até a próxima semana!
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