quinta-feira, 24 de junho de 2021

Crianças e as telas




A nova geração tem um contato muito grande com os aparelhos eletrônicos. Muitos pais usam as telas como objeto de barganha ou recompensa para os pequenos, incentivando ainda mais o contato de crianças menores de seis anos com celulares, tablets, tv's, etc.

Existe um limite muito rígido sobre o tempo em tela para especialistas da Academia Americana de Pediatria. Para eles, até os seis anos, os pequenos só podem ter um tempo de até uma hora em frente às telas. Quando o tempo é maior que este, começa a ser prejudicial para o desenvolvimento das crianças.

O uso excessivo do celular pode causar muitos malefícios no crescimento dos pequenos como problemas de visão e audição, falta de sono, dificuldade para concentração, enfraquecimento da memória, alterações de humor e problemas cognitivos.

Também podemos adicionar à nossa lista, a obesidade infantil. Mundialmente, cerca de 40 milhões de crianças com menos de 5 anos estão com obesidade ou sobrepeso, segundo a OMS, em 2020.

Quando as crianças ficam muito tempo em contato com as cores brilhantes e os barulhos das telas, costumam achar o mundo real tedioso, entrando num limbo de entretenimento e tédio muito rápidos. Desta forma devemos sempre buscar maneiras diferentes de entreter os pequenos, invente brincadeiras e peça paciência ao seu filho, ele precisa entender que existem momentos em que ele deve se comportar.

Os pais também devem ter um controle sobre os pequenos. Muitas vezes parece mais fácil simplesmente utilizar o celular ou o tablet como babá, porém, uma alternativa diferente poderia ser encaixada nessa situação. Entregar um brinquedo ou giz de cera, incentiva a criança a brincar e estimular a criatividade.

Crianças precisam ser crianças mesmo na era digital, as brincadeiras e a imaginação precisam ser estimuladas pois fazem parte da melhor época da vida.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

A importância da literatura para os jovens


Os jovens brasileiros não têm o hábito da leitura. Ler chega a ser uma atividade maçante e sem retorno imediato, porém pensar assim é um erro gravíssimo.

A literatura tem uma grande importância para o desenvolvimento dos jovens. Ela expande nosso vocabulário, possibilita o desenvolvimento do pensamento crítico, estimula a criatividade e a imaginação, reduz o estresse, amplia o conhecimento cultural e social, além de ser extremamente prazerosa.

Quando os mais jovens são estimulados a todo momento por telas, redes sociais, games, chats, eles perdem o interesse em tudo que não os prende da mesma maneira. Ainda mais quando eles não são estimulados a ler, a aproximação com o mundo das palavras torna-se cada vez mais distante. A leitura, apenas como obrigação, na maioria das vezes, não desenvolve leitores que sejam apaixonados pelo ato de ler. 

No momento em que a escola torna a leitura algo obrigatório na vida de uma criança, ela vai crescer entendendo que aquilo é seu trabalho, que ele, apesar de não querer, precisa fazer. Não adianta estimular a leitura e não ensinar e demonstrar sobre a diversão que vêm junto a ela. Por isso é importante a escola trabalhar todos os tipos de gêneros literários.

Existe um grande preconceito com os livros de fantasia, porém eles são a porta para a literatura, são divertidos e leves de serem lidos, instigam a criatividade e melhoram o vocabulário da mesma forma que um livro de fatos históricos. Dar de presente o tão famoso Harry Potter a uma criança, faz com que ela descubra mundo novo, de bruxos, dragões, um mundo de novos sentimentos e novas palavras. Possibilita o desenvolvimento do sonho!

Os livros não precisam ensinar apenas fatos históricos, contas complicadas ou grandes biografias. Eles podem trazer muitas reflexões sobre o valor das amizades e do companheirismo, sobre honestidade, respeito e muitos outros valores imprescindíveis. Os jovens precisam perceber a importância disso, pois ler não é uma obrigação ou um trabalho, é reflexão, é paixão e sabedoria!

Na realidade, o problema não é que os jovens não gostam de ler, eles apenas estão, a todo momento, cercados de tantas informações e sem o verdadeiro estímulo para a leitura, que eles não dão o devido valor ao ato de ler. Isso não é um problema que não tenha solução, os livros precisam ser democratizados para todos e precisamos que os adultos e as escolas estimulem a leitura, façam com que os jovens esquecem esse julgamento errado da literatura e abram essa porta tão importante para eles próprios.





sexta-feira, 21 de maio de 2021

A era do cancelamento


O cancelamento foi um dos temas centrais da edição 2021 do Big Brother Brasil. Quando se trata de um jogo de exposição e julgamento, é interessante perguntar "Quis custodiet ipsos custodes?", traduzido como "Quem guarda os guardiões?" 


A influência que a internet tem com as pessoas é algo impressionante, mobilizando milhões de pessoas a favor ou contra algo ou alguém, tanto de forma negativa como positiva. Quem guarda os famosos? Quem realmente permite suas posições de figuras públicas? Com isso conseguimos nos perguntar, o que é o cancelamento? 


Esse é um ato que ocorre geralmente com pessoas públicas, é uma ação de boicote para um indivíduo que compartilhou uma opinião questionável ou controversa, ou que no passado teve comportamento percebido como ofensivo, imoral, preconceituoso ou contra as leis nas redes sociais. 


Apesar de muitas pessoas pensarem que o cancelamento só atinge famosos, os fazendo perder patrocínios, trabalhos e grandes oportunidades na carreira, ele tem uma proporção muito maior. Muitos fãs tem uma relação de idolatria com seus ídolos, levando tudo o que eles postam como verdades absolutas, isso é uma grande ponte para a desinformação e fake news. 


Quando uma pessoa tem tanta influência social sobre inúmeros internautas podem haver grandes linchamentos sociais e até mesmo perseguições online. As pessoas anônimas não tem como contornar a situação com advogados caros ou grandes assessores, não tem orlas de fãs para os defenderem. Nós sabemos a influência que um grande discurso de ódio pode ter em uma sociedade, por isso é muito importante acabar com essa cultura de cancelamento. 


Em muitos cancelamentos que já ocorreram na internet as pessoas nem sabem como a história começou e de onde veio toda a confusão, porém com toda a disseminação de uma história apelativa sendo noticiada a todo instante faz as pessoas mandarem ódio e terem uma atitude de falsa justiça. Muitas pessoas também impulsionam o cancelamento para ganhar likes, o simples fato de "lacrar" já traz toda a satisfação na hora de cancelar alguém, ser melhor e mais "íntegro" que o cancelado faz as pessoas se sentirem satisfeitas. 

 

Quando cancelamos uma pessoa, estamos tirando dela suas oportunidades de mudar e aprender com seus próprios erros, apagamos sua existência sem pensar nos prejuízos que podem ser acarretados a sua carreira e vida pessoal, além da saúde mental pois geralmente cancelamentos acarretam muitas ofensas e até ameaças de morte. Muitos internautas cobram 100% de posicionamento de seus ídolos, não dão chances para explicações  ou mudanças em comportamentos errados, assim as pessoas se dão o direito de fazer sua própria justiça. Aos poucos os influencers vêm se tornando pequenos robôs "anti-cancelamentos", com discursos prontos e equipes os assessorando a todo instante com medo de perder seu posto.


Voltando ao jogo BBB, tivemos muitos exemplos disso, a cantora Karol Conká foi o maior caso de rejeição do programa, porém muitos internautas também julgaram atitudes da campeã Juliette como erradas e dignas de serem canceladas. O jogo teve uma dinâmica extremamente real, num dia você cancela e no outro você é cancelado.


Quando evitamos ou negamos o debate, perdemos a oportunidade de aprendizado e de ressignificação, não só do cancelado mas também dos fãs que os idolatram e acham que suas atitudes erradas estão corretas, em uma situação como essa o diálogo e o aprendizado deveriam ser o mais importante. Os  usuários mais jovens pensam que cancelando uma pessoa estão evitando propagar o mau, porém eles acabam sendo tão agressivos e maldosos quanto o cancelado… Não existe somente uma visão correta, não existe ninguém perfeito e simplesmente negar a existência de alguém não vai fazer ela mudar ou se tornar alguém melhor.


Esperamos que com as novas gerações essa cultura não continue, é algo totalmente infantil e que não serve de proveito para ninguém, não é errado ser contra falas e atitudes ruins, o errado é levar o cancelamento como a única saída existente. As pessoas precisam aprender a ver os outros como pessoas também, todos erram, todos precisam aprender e todos tem sentimentos que devem ser levados em consideração. 


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Equívoco na língua: palavras e expressões racistas

 Palavras dizem muito sobre a história e a cultura de uma sociedade. Já parou pra pensar em quantos termos racistas reproduzimos em nosso dia a dia, sem sequer perceber? Alguns são óbvios, outros nem tanto. Uma das maiores provas de que o preconceito e a opressão social ainda permanecem enraizados na nossa sociedade, é que termos e expressões ofensivas e abomináveis são tratados como naturais no nosso cotidiano. 



Mais de 300 anos de passado escravista não se apagam facilmente. Em 2009, o professor de biologia Luiz Henrique Rosa fez um levantamento no Rio de Janeiro. Junto com seus alunos, contabilizou 360 termos de cunho racista, no projeto “Qual é a graça”. Isso só na escola em que ele leciona. Quando expressões como “mulata” ou “a coisa tá preta” se tornam naturais, é indício do quanto a opressão e o preconceito estão incorporados à visão de mundo das pessoas, entre sutilezas, brincadeiras e aparentes elogios. 

Precisamos aprender para nunca mais errar. Seguem alguns exemplos para que sirvam de aprendizado:


DENEGRIR 

Pela origem da palavra quer dizer "tornar negro". Remete a ideia que tudo que é associado ao negro é negativo, é ruim.

SINÔNIMOS: Difamar.


MERCADO NEGRO / HUMOR NEGRO / LISTA NEGRA

Traz a mesma premissa de denegrir, de dar a ideia uma ideia negativa e pejorativa para tudo que é ligado ao negro. Porque é negro é ruim? É errado?

SINÔNIMOS/ALTERNATIVAS: Mercado clandestino / Humor ácido / Lista proibida.





 DOMÉSTICA

Negros eram tratados como animais rebeldes e que precisavam de “corretivos”, para serem “domesticados”.

SINÔNIMOS: Funcionária / Empregada.


“NÃO SOU TUAS NEGAS”

A mulher negra como “qualquer uma” ou “de todo mundo” indica a forma como a sociedade a percebe: alguém com quem se pode fazer tudo. Escravas negras eram literalmente propriedade dos homens brancos e utilizadas para satisfazer desejos sexuais, em um tempo no qual assédios e estupros eram ainda mais recorrentes. 


MULATA

A palavra faz referência a "cor de mula". Ou seja, compara uma pessoa negra com um animal.





"A COISA TÁ PRETA"

A fala racista se reflete na associação entre “preto” e uma situação desconfortável, desagradável, difícil, perigosa.


NHACA

Nhaca é uma Ilha de Maputo, em Moçambique, onde vivem até hoje os povos Nhacas, um povo Bantu. Chamam de inhaca o odor corporal, relacionado a um povo preto. 

SINÔNIMOS/ALTERNATIVAS: Má cheiro, forte odor.


CRIADO MUDO

Era o escravizado ou criado que ficava em pé, ao lado da cama a noite toda em silêncio, normalmente segurando água e objetos para servir os "senhores".

SINÔNIMOS/ALTERNATIVAS: Mesa de cabeceira. 


MÉNDEZ, Chrystal. 8 expressões racistas que você usa sem saber. Portal Geledés, 19 nov. 2016. Disponível em: https://www.geledes.org.br/18-expressoes-racistas-que-voce-usa-sem-saber/. Acesso em: 14 nov. 2020.

RODRIGUES DUTRA, Danilo. Termos racistas presente no vocabulário brasileiro: (e alternativas para substituí-los). Mundo negro, 15 maio 2020. Disponível em: https://mundonegro.inf.br/termos-racistas-presentes-no-vocabulario-brasileiro-e-alternativas-para-substitui-los/. Acesso em: 14 nov. 2020.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O uso da linguagem neutra

 


            A linguagem neutra foi criada para evitar o binarismo, e se tornar uma forma de inclusão para pessoas não-binárias (que não se identificam 100% com um dos gêneros binários, masculino e feminino), que não são incluídas com a flexão de gênero em palavras. Além da inclusão, o uso da linguagem neutra também ajuda a diminuir a taxa de suicídio de pessoas não-binárias, por se sentirem representadas, incluídas e com suas identidades respeitadas.

Nessa publicação, vamos apresentar as formas mais comuns de utilizar a linguagem neutra, mas caso deseje uma leitura mais aprofundada sobre o tema, recomendamos que acesse o "Guia para 'Linguagem Neutra' (PT-BR) de Ophelia Cassiano, e também o “O ‘x’ e o ‘@’ não são a solução: Sistema Elu | Linguagem Neutra em Género” de Pedro Valente.




Mas antes de falar sobre o uso da linguagem neutra, é importante ressaltar que nem todas as pessoas não-binarias necessariamente vão querer utilizar dessa linguagem. Quando se referir a uma pessoa, é fundamental que você pergunte de que forma ela prefere ser chamada, para não faltar com respeito ao se referir para a pessoa.

           Existe uma forma neutra de se usar termos que possuem flexão de gênero, que é o uso de “x” ou “@”, substituindo a vogal que denomina a flexão de gênero, como “todxs” ou “tod@s”. Mas essa forma é considerada falha, pois apesar de funcionar na forma escrita, não funciona na leitura e na forma oral, além de não funcionar com pessoas que possuem deficiência visual e utilizam aplicativos para leitura através do som, e dificulta a leitura para pessoas com dislexia.



              Formas de uso da linguagem neutra:

 

  •      Regra do “E”: para palavras que possuem flexão de gênero no final, com o uso de “-o” para indicar o gênero masculino e “-a” para o gênero feminino, é utilizada a substituição dessas vogais pelo “-e”, ou “-es”, caso esteja no plural.

Exemplos:   Aluna / Todos -> Alune/ Todes

  •     Caso uma palavra termine com “-co” para indicar o gênero masculino e “-ca” para indicar o gênero feminino, é utilizada a substituição dessas sílabas por “-que”, ou “-ques”, caso esteja no plural.

Exemplos: Transfóbica/ Médicos - > Transfóbique/ Médiques

  •    Caso uma palavra termine com “-go” para indicar o gênero masculino e “-ga” para indicar o gênero feminino, é utilizada a substituição dessas sílabas por “-gue”, ou “-gues”, caso esteja no plural.

Exemplos: Amiga / Psicólogos -> Amigue/ Psicólogues

  •    Caso uma palavra termine com “-r” para indicar o gênero masculino e “-ra” para indicar o gênero feminino, é utilizada a substituição dessas sílabas por “-rie”, ou “-ries”, caso esteja no plural.

Exemplos: Pintora/ Cantores -> Pintorie/ Cantories

  •    Caso uma palavra termine com “-ão” para indicar o gênero masculino e “-ã” para indicar o gênero feminino, é utilizada a substituição dessas sílabas por “-ãe”, ou “-ães”, caso esteja no plural.

Exemplos: Órfã/ Irmãos -> Órfãe/ Irmães

  •    Para substituir o uso dos artigos “o” para indiciar o gênero masculino e “a” para o gênero feminino, é utilizado o “ê” como artigo.

Exemplo: O(a) motorista -> Ê motorista

             


              Pronomes na linguagem neutra

 

  •    Para substituir o pronome pessoal “ele” para indicar gênero masculino e “ela” para gênero feminino, é utilizado o pronome “elu”, ou “elus”, caso esteja no plural.

Exemplo: Ela comeu muito. -> Elu comeu muito.

  •     Para substituir a contração “dele” para indicar gênero masculino e “dela” para gênero feminino, é utilizado o pronome “delu”, ou “delus”, caso esteja no plural.

Exemplo: A bolsa dele é azul -> A bolsa delu é azul.

  •    Para substituir a contração “nele” para indicar gênero masculino e “nela” para gênero feminino, é utilizado o pronome “nelu”, ou “nelus”, caso esteja no plural.

Exemplo: Dei um abraço nelas -> Dei um abraço nelus.

  •    Para substituir o pronome demonstrativo “aquele” para indicar gênero masculino e “aquela” para gênero feminino, é utilizado o pronome “aquelu”, ou “aquelus”, caso esteja no plural.

Exemplo: Aquela menina é inteligente -> Aquelu menine é inteligente.

 

              Além de todas essas formas de utilizar a linguagem neutra, também existe a possibilidade de substituir palavras que utilizam a flexão de gênero, por palavras que não a utilizam.

Exemplo: Alunos/Alunas devem fazer a prova até amanhã -> Estudantes devem fazer a prova até amanhã.

 Para concluir, recomendo que assista o vídeo de Rita Von Hunty, do canal Tempero Drag a respeito da linguagem neutra, e também que leia o artigo publicado por Margot-Ann Bachi dos Santos, uma mulher transgênero, a respeito de sua visão sobre o assunto.

VALENTE, Pedro. O “x” e o “@” não são a solução: Sistema Elu | Linguagem Neutra em Género. Medium, 3 abr. 2020. Disponível em: https://medium.com/@pedrosttv/sistema-elu-linguagem-neutra-em-g%C3%A9nero-pt-pt-9529ed3885cf. Acesso em: 19 out. 2020.

LINGUAGEM não-binária ou neutra. Wiki Identidades, 2015. Disponível em: https://identidades.wikia.org/pt-br/wiki/Linguagem_n%C3%A3o-bin%C3%A1ria_ou_neutra. Acesso em: 19 out. 2020.

RODRIGUES, Mari. Linguagem neutra e a chacota nossa de cada dia. Ecoa, 19 set. 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/mari-rodrigues/2020/09/19/linguagem-neutra-e-a-chacota-nossa-de-cada-dia.htm. Acesso em: 19 out. 2020.

CASSIANO, Ophelia. Guia para "Linguagem Neutra" (PT-BR). Medium, 30 set. 2019. Disponível em: https://medium.com/guia-para-linguagem-neutra-pt-br/guia-para-linguagem-neutra-pt-br-f6d88311f92b. Acesso em: 19 out. 2020.

sábado, 17 de outubro de 2020

A importância dos manguezais brasileiros

 Manguezal, mangue ou mangal é uma zona úmida, definida como “ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho. A fauna dos mangues é representada por peixes, moluscos (caramujos e ostras), crustáceos (camarões e caranguejos) e aves (urubus, gaivotas e garças). Além desses já citados, os manguezais também abrigam milhares de pequenos organismos, que se alimentam dos nutrientes presentes nesse bioma.



Garça-real


Os manguezais ocupam uma área de aproximadamente 10 mil quilômetros quadrados no Brasil, estendendo-se do Amapá a Santa Catarina. No entanto, a degradação desse bioma tem se intensificado, sobretudo em razão do desmatamento, poluição dos rios, lançamento de esgoto residencial e industrial, derramamento de petróleo e construção de residências em áreas de mangue.




Ele é de fundamental importância para o equilíbrio ambiental e para a manutenção da vida marinha, pois esse bioma abriga uma grande biodiversidade e consiste em um berçário natural para várias espécies marinhas, onde peixes, moluscos e crustáceos se reproduzem e se alimentam. Eles também são extremamente importantes para a diminuição dos gases do efeito estufa, a conservação de manguezais não apenas previne a perda de habitats, mas também ajuda a regular as emissões de carbono. 
Os manguezais também agem como protetores da linha da costa. Ficou provado, depois do tsunami que aconteceu na Indonésia em 2004, que as áreas onde havia mangues foram menos danificadas. Por quê? Porque os manguezais agem como uma barreira, diminuindo a força das águas que invadiram a parte continental. Mais um serviço prestado: a contenção da erosão natural que ocorre em regiões costeiras.






No fim de setembro, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) revogou, por articulação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), três resoluções sobre temas ambientais. Uma delas, a de nº 303, de 2002, tratava da proteção das áreas de mangues (além de restingas e dunas). No fim de setembro deste ano, o Conama revogou quatro resoluções que tratavam de diferentes áreas da política ambiental do país. Duas das resoluções eliminadas restringiam o desmatamento e a ocupação em áreas de restinga, manguezais e dunas. Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil são unânimes: o fim da resolução do Conama vai impactar as áreas de mangue. Mesmo que estas estejam formalmente protegidas pelo Código Florestal, os detalhes de como se dava esta proteção eram dados pela resolução.


POR QUE decisão de Ricardo Salles sobre manguezais representa 'volta no tempo' de quase 500 anos. BBC News Brasil, 8 out. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54461270. Acesso em: 14 out. 2020.

A IMPORTÂNCIA do manguezal. Saiba mais sobre os mangues. Estadão, 1 maio 2017. Disponível em: https://marsemfim.com.br/a-importancia-do-manguezal/. Acesso em: 14 out. 2020.



















sábado, 10 de outubro de 2020

A arte do drag

 

            Drag queens, também chamadas de transformistas, são pessoas (em sua grande maioria homens cisgênero) que se vestem como mulheres para realizar performances artísticas, com o uso de perucas, roupas extravagantes e criativas e salto altos, para dançar, dublar e até mesmo cantar músicas em boates e shows.

              A arte do drag é uma forma de abraçar seu lado feminino e mostrar outras personalidades, é uma forma de se libertar e liberar seu lado mais excêntrico e diferente. Além das drag queens, também existem os drag kings, que se vestem como homens.



              Diferente do que algumas pessoas imaginam, o ato de se montar não tem relação com identidade de gênero nem orientação sexual. Identidade de gênero é como uma pessoa se identifica, seja como mulher, homem ou não-binária, enquanto a orientação sexual é sobre o gênero que a pessoa possui atração sexual, como heterossexuais, homossexuais, bissexuais, pansexuais e diversos outros.

               A arte drag se tornou cada vez mais conhecida graças ao reality show Rupaul’s Drag Race, apresentado por RuPaul Charles, uma das drag queens mais conhecidas do mundo, mas também apresentador, ator, produtor, modelo, cantor, compositor e autor. A partir do programa, RuPaul alavancou o sucesso da arte drag em geral, expandindo sua fama além dos Estados Unidos, e hoje tem um sucesso internacional, com um grande número de fãs e amantes dessa arte.



Rupaul Charles

              Rupaul’s Drag Race é uma competição onde drag queens disputam pelo grande prêmio final, em diversas provas, como confeccionar seus próprios looks a partir de materiais específicos, provas de atuação, de dança e dublagem (também conhecido com lipsync), provas de canto e de personificação de celebridades.  O reality show atualmente possui 12 temporadas, além de outras variações, como Canada’s Drag Race, Drag Race Thailand ou Drag Race UK.

              No Brasil, a arte drag atualmente possui grandes nomes, como Pabllo Vittar, a drag queen com mais seguidores no Instagram, e Glória Groove, cantora e rapper, com grandes sucessos na música, além de Lia Clark e Aretuza Lovi, duas drag queens influentes na música.



                            





           Aretuza Lovi, Gloria Groove, Lia Clark e Pabllo Vittar

              Apesar de haver drag queens renomadas, com grande sucesso, ainda existem empecilhos para as drag queens que desejam exercer o drag como forma de trabalho, desde o alto custo para se montar, com perucas, maquiagens, roupas e enchimentos, até o preconceito provindo das pessoas, principalmente por pessoas mais conservadoras.


AZEVEDO, Gloria; GONÇALVES, Jessica. Drag Queen: uma expressão artística. Entre Verbos, 25 fev. 2019. Disponível em: https://www.entreverbos.com.br/single-post/2018/05/08/Drag-Queen-A-express%C3%A3o-art%C3%ADstica#:~:text=Apesar%20de%20n%C3%A3o%20se%20chegar,ou%2C%20at%C3%A9%20mesmo%2C%20cantando. Acesso em: 3 out. 2020.

ARTE DRAG: COMO SE DEU O BOOM ATUAL DAS DRAG QUEENS?. Fala Universidades, 2 ago. 2019. Disponível em: https://falauniversidades.com.br/arte-drag-como-se-deu-o-boom-atual-das-drag-queens/. Acesso em: 3 out. 2020.

ADELINO, Saulo. RuPaul | Biografia. Entre Verbos, 17 nov. 2018. Disponível em: https://draglicious.com.br/2018/11/17/rupaul-biografia/. Acesso em: 3 out. 2020.