quarta-feira, 20 de agosto de 2014

E a chuva que não vem

     Parece que esse inverno está sendo mais rigoroso, não pelo frio, mas pela falta de chuva. O índice pluviométrico no país decaiu muito nesse período do ano. Diversos lugares estão sendo afetados com a falta de chuva, enfrentando secas e problemas com o abastecimento de centros urbanos, sendo este o assunto mais discutido e abordado ultimamente.  E isso não está longe de nós não! Já virou até novela a exposição de notícias sobre o baixíssimo nível do sistema Cantareira em São Paulo, um dos principais responsáveis pelo abastecimento da região da capital. Estamos recebendo frequentemente alertas sobre o desperdício de água, os problemas que essa escassez da chuva pode causar e já está causando, além de avisos de racionamento de água que já atinge algumas cidades próximas, como Vinhedo e Itu.

      Sobre o sistema Cantareira, nosso exemplo mais próximo de um problema já agravado, foi dada para a SABESP (Saneamento Básico do Estado de São Paulo) dias atrás, uma autorização por parte da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento Estadual de Água e Energia Elétrica (DEAEE) de início de obras para a retirada da segunda cota de água do volume morto, do sistema Cantareira. E o que é volume morto? É uma reserva técnica que se situa abaixo das comportas do sistema Cantareira, que reserva 400 milhões de metros cúbicos de água. Uma parte dela já foi retirada e agora, uma segunda parte vai começar a ser retirada também. Essa reserva nunca tinha sido mexida antes, o que é preocupante, mostrando a real situação da falta de água para abastecimento da região paulistana.

       E na cidade de Salto? Bom, ainda não foi decretado um racionamento geral, mas a população vem sendo alertada sobre o abuso e o desperdício de água, assim como acontece com outras cidades da região, como Indaiatuba. Porém, temos o caso do Rio Tietê. Já foram algum dia desses no ponto turístico de Salto famoso pelas quedas d’águas do Rio Tietê? Se não, reserve um tempinho e vá dar uma “observadinha”, parece até que o rio não passa mais ali. Pedras e rochas situadas no curso do rio que haviam sido vistas pela última vez há 70 anos voltaram a aparecer por conta do baixo nível da água. A falta de chuva mudou completamente sua paisagem, deixando apenas um pequeno curso d’água, e quem visita o rio sabe como o estado está preocupante.


      O rio em novembro de 2013:


                             http://blogjundiaiemfoco.blogspot.com.br/2014/07/seca-historica-muda-paisagem-do-rio.html

O rio hoje:

       Parece que estamos começando a vivenciar uma crise de água (para nós ainda nem tanto, mas o que falar dos cidadãos paulistanos?), se é que já se pode chamar esse problema de crise, causada pela falta de chuva. Além disso, paisagens naturais estão sendo alteradas devido a esse problema, como é o caso do nosso Rio Tietê já citado acima.


       Mas, continuando com esse exemplo, aproveitando o baixo nível de água, a prefeitura de Salto retirou, no final do mês de julho, quase seis toneladas de lixo do rio, o que rendeu aos funcionários uma operação que durou cinco dias no total. Se por um lado a paisagem não é mais bela como sempre foi por conta do baixo nível de água, por outro já não temos (pelo menos diminuiu) a poluição visual e ambiental em alguns locais causada pelo lixo que foi retirado. É claro que ainda há muito trabalho a ser feito para despoluir o local, mas pelo menos algo já foi feito.