quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Lina Bo Bardi e o projeto do Pompéia

 'Distanciar e envolver', esse era o lema em que Lina Bo Bardi se baseou para a criação do projeto de Pompéia.


Anchilina Bo Bardi, também conhecida como Lina Bo Bardi, nasceu na Itália e se formou em arquitetura em Roma.  Após alguns períodos turbulentos em Milão, Lina e seu marido vieram ao brasil e ela começou a dar início a seus projetos, que eram baseados na arquitetura moderna e a interação social entre as pessoas, características visíveis em diversos projetos sendo um deles o Sesc Pompéia.

Sesc é uma rede de lazer, com comunidades no país inteiro, se destacando entre eles o Sesc Pompéia pelo seu design. Lina tinha o desejo de preservar a antiga fábrica que ali se localizava, decidindo então, manter e valorizar a estrutura típica e simples daquela fábrica de tambores.

Lina Bo Bardi quando pensou nos ambientes do Sesc Pompeia, não só pensou no que seria feito naquele espaço, mas também a importância do que seria feito. As cadeiras do teatro, por exemplo, são sempre motivos de queixa por quem frequenta pelo desconforto, pois é difícil se manter em uma postura confortável, algo que não é defeito mobiliário, já que ele foi feito por Lina com esse intuito. Para ela, o teatro é um lugar político, onde o que se passa no palco tem que ser assistido com bastante atenção, e com muita certeza, Lina sabia que cadeiras que oferecessem conforto não deixaria com que as pessoas estivessem atentas, nesse sentido, o móvel foi planejado para que as pessoas estivessem sempre em uma postura reta, o que ajudaria a manter o público ativo nesse espaço político. Outro ponto interessante é que quando lotado, as pessoas precisam decidir quem apoia o braço nos apoios das cadeiras, já que não há espaço para que todos apoiem, um ponto levantado por Lina na ideia de que ali é um espaço coletivo, não individual, ou seja, as pessoas precisariam não só perceber a existência de outras pessoas ao seu redor, mas também interagir com elas.

O Sesc Pompéia também possui diversos outros ambientes, como as áreas de lazer, local em que as cadeiras já não possuem esse caráter "desconfortável", se assim ainda podemos chamar, esse espaço é entendido como não mais essa necessidade de postura e atenção como ela exige de quem vai e ocupa o teatro, o que faz com que seu planejamento seja feito para que as pessoas descansem, leiam livros, conversem e por isso, o mobiliário, agora, conta com um estofado, além de ser cercado por um lago artificial, uma lareira e uma biblioteca. Ainda planejando o que seria feito na antiga fábrica de Pompéia, foi construído o ambiente de esportes, que abriga as quadras e piscinas, que não apresentam as medidas previamente estabelecidas, visão diferente do que se tinha quando era planejado e construídos espaços como esses. Sendo um espaço usado e procurado diariamente pelo público que busca lazer no esporte, já que aqueles que buscam competição não irão encontrar chances disso no espaço.


Os projetos de Lina procuravam manter o estado primitivos dos locais de suas construções, sempre adicionando nossa cultura em suas obras, fecha as inúmeras simbologias do local com as estruturas de Mandacaru que cercam as passarelas de Pompéia, uma espécie de vegetação nordestina que durante muito tempo foi tida como a anunciadora da chuva, aquela que traria a notícia de que viria a água que lavaria todo sertão nordestino. Quando ela coloca essa representação de Mandacaru na construção, se estabelece o anúncio e desejo de que virá a São Paulo algo que mudará a cidade, algo que irá purificar esse espaço, uma visão e quase promessa de Lina Bo Bardi, que ao se analisar os inúmeros projetos e frutos que sua construção sedia, está se realizando.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

A importância do hobby

 


    Com rotinas corridas e lotadas, a percepção a respeito da necessidade de se desenvolver um hobby acaba se perdendo. Existem diferentes noções de tarefas que são consideradas prioridades, e deixar de lado aquelas que promovem satisfação e bem-estar é muito arriscado. O cansaço mental leva à sobrecarga emocional, ansiedade, estresse e repercute na saúde física também. 
    O hobby cria um ambiente confortável em meio ao caos cotidiano. É sobre despender tempo fazendo algo que goste, trabalhar no desenvolvimento pessoal e ser energizado. Funciona como válvula de escape mas possui inúmeros benefícios, na medida que aumenta a criatividade, a autoestima, a felicidade, a produtividade e o foco. 
    Suas atividades podem ser tanto práticas, quanto intelectuais, como cozinhar, ler, cantar, praticar algum esporte, dançar, jogar, programar, desenhar, editar, fotografar, tocar algum instrumento, escrever, patinar, e tantos outros. O importante é escolher uma que seja agradável à quem está tentando.


    Convém ser uma boa resposta às frustrações e insatisfações de cada indivíduo, já que pode elevar a moral pelo domínio de um dom ou a destreza ao executar a tarefa. O hobby provém um equilíbrio adequado para suportar as exigências do trabalho, escola, vestibulares, e entre outros.

Como encontrar um hobby?
    A resposta é bem simples: testando as opções acessíveis. O que ajuda é pensar sobre seus interesses próprios para direcionar à uma área específica. Consumir conteúdos como filmes e séries podem dar ideias e incentivar ações.
    Procure por algo que te faça esquecer de suas obrigações, nem que por um curto período de tempo. Esteja com pessoas que também gostam dos mesmos assuntos e tenha mente aberta para estar disposto a recomeçar sempre que necessário.
    O hobby precisa ser praticado sem culpa e implementado como parte primordial na rotina!

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

As faces do relacionamento


Não sei se você sabe, mas relacionamentos são construídos socialmente. Pela convenção, um relacionamento afetivo é uma ligação entre duas ou mais pessoas, que se unem com os mesmos objetivos e interesses. Atualmente, existem diversas formas de se relacionar, pois a questão de envolver ou não o sentimento de amor vai muito das pessoas que constituem a relação. Além da questão sentimental, há a questão de quantas pessoas formam a relação, que também é variável.

É comum termos o sentimento de que o mundo está "pronto" e todos seguem as regras e padrões certos. Contudo, a realidade está longe disso, principalmente quando falamos das formas de se relacionar.

Todos os arranjos, desde as relações mais tradicionais até as mais contemporâneas, se fazem presentes nos tempos em que vivemos. Por exemplo, antes da Roma e Grécia antiga, a monogamia era completamente incomum.

Este é apenas um exemplo de recorte histórico. Ao longo do desenvolvimento da sociedade humana, tivemos diferentes visões e percepções sobre o que é o amor e como o casamento funciona, isso é, quando ele existe.

Hoje vivemos em uma sociedade mais fluida e diversificada, onde muitos tipos diferentes de relacionamentos historicamente compartilharam o mesmo espaço, sejam eles monogâmicos, poligâmicos, abertos, fechados e entre outros modelos. É importante entender essas diferenças para respeitar quem é diferente de você, e entender que um relacionamento não precisa seguir um padrão A ou B.

Apesar da nossa sociedade conviver relativamente bem, ainda existem diversos tipos de preconceitos, dispersados tanto oralmente quando virtualmente. Bons exemplos disso, são os discursos de ódio na internet em cima dos relacionamentos abertos, relações com diferenças grandes de idade, relações homossexuais e etc. Além de falas grotescas, existem também casos mais extremos que levam agressões.

O mundo está cheio de amor e ódio, todos temos direito de expressarmos o que sentimos e também de pensarmos algo sobre outras pessoas, desde que isso não a afete ou a fira. Sejamos mais tolerantes, a vida já é dura demais.


quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A Incógnita do ser humano.

A mente humana pode ser uma grande confusão, pois o cérebro emocional e o cérebro racional exercem funções que se complementam e ajudam no controle dos sentimentos e no autocontrole do indivíduo. Podemos ver isso quando estamos tristes ou chateados com alguma situação e expressamos nossa decepção ou angústia, apesar da tristeza. Por outro lado, quando estamos sob forte estresse emocional, o cérebro emocional trabalha mais arduamente do que o cérebro racional, o que dificulta a compreensão e o raciocínio de certas situações em nossa vida, tais como: uma nota baixa em um teste, devido a um "branco"; ou uma discussão com um membro da família.

Tais pensamentos que nos deixam confusos e fazem nos questionarmos sobre nossas capacidades e aparência. Somos consumidos por diversas dúvidas, consumidos pelo o que as pessoas dizem, pessoas que da mesma forma que nós, também estão confusas, mas não conseguem enxergar o mal que fazem.

Somos constantemente influenciados pelas opiniões das pessoas, principalmente pessoas que consideramos realmente importantes e ao ouvir certas palavras ou presenciar certos fatos que nos machucam ao ponto em que quase não conseguimos lidar, somos atingidos com tanta força que perdemos o chão. Compreender tal sentimento, entender o que sentimos leva tempo, são momentos delicados, mas que nos ajudam a crescer, a fortalecer nossa personalidade, a nossa confiança.

A pessoa humana é um grande mistério, sua mente é uma constante surpresa que, ao longo dos tempos, devemos sempre procurar uma maneira de entendê-la, para que nós a manipulemos e que não sejamos manipulados.





quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Desmistificando a Ansiedade (e suas múltiplas facetas)

 


    Ansiedade, o mal de séculos. É caracterizada como uma sequência de preocupações excessivas provenientes da necessidade do cumprimento de expectativas, sendo elas atingíveis ou não, que sufocam a mente e perturbam pensamentos equilibrados. A ansiedade é comum em momentos importantes na vida de uma pessoa, como entrevistas de emprego, aguardar resultados de vestibulares, ou passar por algum procedimento cirúrgico, por exemplo. Nesse sentido, é uma válvula, uma reação à uma situação que tire da zona de conforto, mas que não afeta drasticamente o indivíduo e que também pode ser uma espécie de combustível para a realização de determinada tarefa, pelo medo gerado e mobilização para se precaver.
    Normal até virar uma bola de neve. *

    O famoso "TAG" - Transtorno de Ansiedade Generalizada - , por outro lado, é parte do cotidiano da pessoa ansiosa. É persistente, descontrolado e dura um longo período de tempo. Pequenas ações que saem dos planos previamente calculados, já são motivo de surtos. A TAG é desproporcional em cada acontecimento e geram diferentes manifestações. O pior é que sintomas físicos acompanham o distúrbio, entre eles:
  • Irritabilidade;
  • Dores corporais;
  • Tontura;
  • Mudança na pressão arterial (hipertensão ou hipotensão);
  • Inquietação;
  • Taquicardia e palpitações;
  • Falta de ar;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade de foco;
  • Confusão mental;
  • Fadiga;
  • Alterações no sono (dormir muito, dormir pouco - insônia), na temperatura corporal (sudorese ou corpo frio), de apetite e na frequência de ir ao banheiro;
  • Tensão muscular;
  • Imunidade baixa (fragilidade às doenças);
  • Boca seca.
*Vale ressaltar que toda a ansiedade ocasiona um acúmulo de sentimentos destrutivos. Tais eles, pensamentos de incapacidade, de insegurança e de incapacidade.


    O TAS - Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social -, por sua vez, decorre do medo de ser humilhado, passar por constrangimentos e ser julgado. Esse desconforto é visível através do rubor no rosto, tiques nervosos, sudorese, tremores pelo corpo e presentes na voz. 
    Esse medo pode levar ao suicídio e à depressão, na medida que afasta o indivíduo dos ciclos sociais e profissionais. Simples atitudes como comer em público, andar na frente de um grupo de pessoas ou pedir uma informação, são extremamente indesejáveis e traumatizantes para pessoas com esse transtorno.


    A Síndrome do Pânico também faz parte desse grupo. Com durações curtas como trinta minutos, são inesperados e repentinos, misturando a ansiedade aos sintomas físicos de maneira intensa e incontrolável. Essas crises causam medo de morrer em quem está sob efeito de uma. É limitada apenas a quem está sofrendo, sendo possível, acontecer diversas vezes, a qualquer instante.

    O TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo - criam hábitos repetitivos e retardatários irracionais nas rotinas dos ansiosos em um ciclo de compulsão.
    
    Ainda se tem a ansiedade proveniente de um Estresse Pós-Traumático, em que a pessoa fica tensa e sofre com os sintomas citados ao lembrar do ocorrido.



    Esses transtornos podem atingir pessoas de qualquer idade, causando sofrimento e afetando a qualidade de vida da pessoa ansiosa. Por isso, é imprescindível um diagnóstico para buscar tratamentos adequados. 

TRATAMENTO

    Deve ser realizado de acordo com um psicólogo ou psiquiatra (para prescrição de medicamentos como antidepressivos e calmantes). Existe a psicoterapia que ajuda o paciente a compreender melhor suas emoções e a ter controle sobre suas crises. Mudanças comportamentais são fundamentais nesse processo. Medite, exercite-se, planeje-se, descubra um novo hobby, saia de casa… aos poucos, gradualmente. É importantíssimo contar com ajuda profissional para que seja viável viver com qualidade, mesmo com a ansiedade. Não tenha vergonha, peça ajuda!

👉 Você pode conversar com um voluntário do CVV ligando para 188 de todo o território nacional, 24 horas todos os dias de forma gratuita.

    No caso de crises, respire fundo, foque em uma coisa completamente aleatória, relaxe os músculos e acompanhe o ritmo da sua respiração.