quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Samarco: a assassina da quinta maior bacia hidrográfica brasileira.



“O mundo precisa saber que a tragédia que ocorreu em Governador Valadares, aonde os dejetos de minérios (metais pesados) vindos da Cidade de Mariana e que atingiu toda a extensão do Rio Doce é de responsabilidade da empresa SAMARCO MINERAÇÃO S/A . E que a população de Governador Valadares esta sofrendo as consequências, sem água potável, passando por tamanha humilhação, cujos danos são incalculáveis. Penso que a Mídia/Impressa nacional não deu o devido destaque que o povo Valadarense merece. Estamos todos sofrendo...precisamos GRITAR para o mundo os nossos direitos, é preciso ser feito algo imediato, não podemos esperar...ainda não tivemos assistência que necessitamos. ESTAMOS SEM ÁGUA...”
(Carta escrita por moradora de Valadares)

  No dia 05 de novembro, houve o rompimento de duas barragens de rejeitos da tal mineradora Samarco, causando uma enorme enxurrada de lama que inundou casas, fazendas, e diversos lugares em Mariana. Esse desastre ambiental provocou o fim do rio doce. 


Luto pelo Rio Doce:




  Foram encontradas partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio na água do rio. A quantidade de lama foi imensa, fazendo com que o rio tenha bloqueado o seu curso natural, formando pequenas lagoas que não irão durar por muito tempo. O biólogo André Ruschi, diz que já é possível prever os danos ambientais causados pela lama:
    “A sopa de lama tóxica que desce no Rio Doce e descerá por alguns anos toda vez que houver chuvas fortes, irá para a região litorânea do ES, espalhando-se por uns 3.000 quilômetros quadrados no litoral norte e uns 7000 quilômetros quadrados no litoral ao sul”.
Além disso, mais de 300 mil pessoas estão sem água, 25 mil estudantes sem irem à escola, peixes mortos e prejuízos ambientais e econômicos incalculáveis. Ao todo, mais de 15 cidades mineiras foram afetadas, e maioria delas estão sem água, deste modo, a mineradora foi notificada para distribuir água potável para o consumo das pessoas e animais.


Samarco: a “grande” empresa:



Samarco, a empresa mineradora, foi líder em responsabilidade socioambiental no Brasil... A empresa já alcançou o índice de 74,9 pontos numa escala de 0 a 100 que a colocava no nível de benchmark para o setor de mineração, no entanto, não foi o suficiente para evitar um grande desastre. Disseram que um abalo sísmico de dois pontos derrubou a barragem, meio difícil já que não é tão alto. Há 15 anos moradores já denunciavam o fato. “A Samarco sabia que isso podia acontecer, tanto é que já quis tirar a gente lá de Bento Rodrigues e levar pra outro lugar” (Palavras ditas por uma moradora).
Certamente, outras duas causas contribuíram para o desastre, pois a Samarco operava a barragem acima do limite e estava fazendo obras para aumentar a capacidade. A fratura, as obras, o alto volume de minério e a falta de fiscalização foram os responsáveis por matar e desabrigar diversas pessoas, e principalmente, destruir o Rio Doce. 


Algumas perguntas e respostas:

Qual o volume de lama que vazou? 
R: De acordo com o Ibama, o volume extravasado foi estimado em 50 milhões de metros cúbicos, quantidade que encheria 20 mil piscinas olímpicas.

O que aconteceu com o subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana?
R: Foi tomado pela lama que saiu das barragens e ficou devastado. A avalanche destruiu a maioria dos imóveis. Mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Eles abandonaram as casas e fugiram para partes altas do distrito, mas afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido. A Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone. Os desabrigados estão hospedados em hotéis e pousadas da região. O governo federal liberou o saque do FGTS aos atingidos pelo desastre.

A mineradora já foi punida?
R: O Ibama aplicou uma multa de R$ 250 milhões(recentemente, MP firma acordo com Samarco para pagamento de R$ 1 bilhão). São cinco autos de infração no valor de R$ 50 milhões cada. A Samarco foi autuada por poluir rios, tornar áreas urbanas impróprias para ocupação humana, causar interrupção do abastecimento público de água, lançar resíduos em desacordo com as exigências legais, provocar a morte de animais e a perda da biodiversidade ao longo do rio Doce, colocando em risco à saúde humana.

Concluindo, as medidas devem ser tomadas, multas aplicadas e o máximo de atenção para os desabrigados, no entanto, nem todo o dinheiro do mundo trará de volta as vidas perdidas. Até quando o dinheiro será maior que uma vida? Mais importante que o meio ambiente? Como diz a Greenpeace: 

“Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come”.




Referências:


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