sexta-feira, 27 de maio de 2022

O preconceito linguístico no Brasil: em que se baseia?

 


Antes de entendermos o que é o preconceito linguístico, precisamos compreender afinal, o que é preconceito? Preconceito é todo sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio, também conhecido como intolerância e causado principalmente por pré-julgamentos.

preconceito linguístico é o juízo de valor negativo para a forma de falar das pessoas que dominam o mesmo idioma, ou seja, entre regiões diferentes, classes sociais diversas ou qualquer outro grupo social.

O Brasil é repleto de povos de várias culturas, como os indígenas brasileiros, imigrantes vindos de vários países europeus e afrodescendentesHá também a grande diversidade social, cultural e regional que favorecem para as muitas variações linguísticas existentes no país.

O preconceito linguístico é reflexo de outros preconceitos. Vamos começar falando da discriminação de classes, a utilização da língua por parte das elites econômicas, políticas e intelectuais como forma de dominação para oprimir a classe mais pobre e manter a segregação social, ou seja, é uma ferramenta de exclusão. 

Por outro lado, o preconceito regional também influencia na língua, isso se dá pela discriminação que ocorre com aquelas pessoas que moram fora das regiões mais desenvolvidas do país. É muito comum vermos a discriminação com nordestinos, por exemplo, que chegam até São Paulo em busca de melhores oportunidades e acabam sendo excluídos pela elite, por não apresentarem "nível" suficiente.

A diversidade de culturas no nosso país, era pra ser uma das mais admiradas, mas ao invés disso, acaba sendo discriminada e jogada fora por pessoas que se consideram mais inteligentes e afortunadas.

O primeiro e maior passo que todos precisamos dar é aceitar que não há forma certa ou errada de se comunicar, e que quem domina as normas gramaticais não é melhor ou pior que quem não tem acesso a isso. A norma padrão da língua existe para uniformizar relações formais, mas no ambiente social e cultural, a diversidade de expressões também é válida. Querer usar a norma padrão da língua como distintivo de superioridade é usá-la como preconceito. A quebra desse preconceito de que só pessoas com mais condições e privilégios e que usam a norma padrão podem ter recompensas econômicas, além de um respeito maior, tem que acabar.

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