quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Semana da Consciência Negra: Panteras Negras e Ku Klux Klan

Os Panteras Negras




     Na metade do século XX, em Oakland, cidade de operários no norte da Califórnia, surgiram os Panteras Negras, um novo partido que defendia os negros norte-americanos da violência policial e protegiam os direitos desse povo.
     Um dos objetivos principais do grupo era armar a população negra estadunidenses graças a violência que vinha sofrendo do Estado, principalmente por policiais. Porém, o partido também lutava pela liberdade do povo negro e garantia de emprego para eles. Eles lançaram um programa que servia café da manhã para crianças e abriram clínicas de saúde gratuitas para realizar exames. Mesmo assim, eles ainda agiam de forma agressiva, querendo uma revolução, indo contra os pedidos de Martin Luther King por protestos sem violência.



     Em relação a política, os Panteras Negras tinham como base preceitos marxistas, além de lutar contra o racismo, também lutavam pelo socialismo, querendo retirar os meios de produção dos capitalistas. Nos anos de 60 e 70, juntamente com outras organizações políticas, perseguiram forças policiais e de segurança dos EUA, chegando a um nível de ferocidade tão grande, a ponto do chefe do FBI aponta-los como “a maior ameaça à segurança interna americana”.
     Vários membros do partido acabaram presos, fato que acabou enfraquecendo a organização. Somando as disputas internas e os esforços do governo americanos para reprimi-los, o Partido dos Panteras Negras acabou na década de 1980.




     Vale também ressaltar a figura de Angela Davis, uma filósofa, educadora e ativista que foi uma das Panteras Negras e lutou pelos direitos civis dos afro-americanos, se tornando um dos símbolos mundiais na luta pela igualdade. Ela publicou três livros “Mulheres, raça e classe”, que mostra sua visão a respeito desses tópicos e traz um debate sobre o encarceramento, “A liberdade é uma luta constante”, que junta entrevistas, artigos e discursos de Angela Davis entre 2013 e 2015, focando na segregação racial dos EUA e do apartheid na África do Sul, para apresentar lutas por liberdade na atualidade, como aprisionamento dos negros e conflitos na Palestina. Por fim, há também a autobiografia da autora, relatando sua trajetória até os 28 anos, contando até mesmo os dias de cárcere quando é presa de forma injusta.



Ku Klux Khan



      Em contraste com os Panteras Negras, a Ku Klux Khan é uma organização terrorista originada nos Estados Unidos, no século XIX, logo após a Guerra Civil Americana. Conhecida como KKK ou Klan, ela tem como base os ideais supremacistas brancos, contrários as leis em debate na época, beneficiando os negros.
      A Klan ficou conhecida pela perseguição contra os negros no sul dos EUA, usando de violência contra afro-americanos, e até mesmo americanos brancos, se fossem a favor da concessão de direitos civis aos negros. A Ku Klux Khan é classificada como um movimento de extrema-direita, por causa do supremacismo branco, que motivou a criação do grupo. Ao longo de sua história, existem três fases de atuação:

Primeira Fase


      Entre 1865 e 1869, após a Guerra Civil Americana e usou de extrema violência no sul dos Estados Unidos, contra os que defendiam os direitos civis para os negros libertos. Essa fase foi encerrada em 1871, quando foi decretada uma lei contra a organização, o Klan Act.

Segunda Fase


      Começou a partir de 1915 e se estendeu até a década de 1940, foi o momento em que o Klan teve maior poder, com força política em alguns estados norte-americanos e com milhões de membros. Continuavam com a perseguição contra os negros estadunidenses, mas também atacaram católicos e judeus. Sua influência nessa fase era tão grande que eles chegaram a ter 4.000.000 de membros. Porém, graças as disputas internas pelo poder e os escândalos sobre o grupo que foram divulgados pela mídia, acabaram enfraquecendo a organização.

Terceira Fase


     A terceira fase começou na década de 50, em resposta ao crescimento do movimento afro-americano que estava lutando pelos seus direitos civis nos EUA, e se estende até hoje. Essa nova fase dá enfoque aos ativistas que lutavam pelos direitos civis dos afro-americanos e seus aliados.




Atualmente


     O Klan existe até hoje, e existem entidades como o Southern Poverty Law Center (SPLC), que acompanham grupos extremistas, como este. Segundo a entidade, nos EUA, existem 72 células do Klan, agrupando aproximadamente de 5 a 8 mil membros.
     Sua atuação está bem enfraquecida, pois várias de suas células ramificaram-se, dando origem a outros grupos supremacistas brancos. As várias disputas internas e o combate do governo contra essa organização, também contribuiu para o seu enfraquecimento.
     Atualmente o Klan está diretamente ligado com ideias supremacistas, anticatólicos, antissemitas, antiliberais, anticomunistas, e promovem discursos de ódio contra muçulmanos e LGBTs e possuem envolvimento com movimentos de neonazistas.





REFERÊNCIAS:

SILVA, Daniel Neves. "Ku Klux Klan"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/ku-klux-klan.htm. Acesso em 15 de novembro de 2019.

HAR, Janie. Como os Panteras Negras inspiraram o movimento Black Lives Matter. Folha de São Paulo, 24 out. 2016. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/10/1825600-como-os-panteras-negras-inspiraram-o-movimento-black-lives-matter.shtml. Acesso em: 11 nov. 2019.

PINTO, Tales dos Santos. Os Panteras Negras e a luta racial nos EUA, Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/os-panteras-negras-luta-racial-nos-eua.htm. Acesso em: 11 nov. 2019.

ILHÉU, Taís. Conheça três livros de Angela Davis e saiba mais sobre os Panteras Negras: A ativista foi uma das figuras centrais na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos. Guia do Estudante, 25 out. 2019. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/conheca-tres-livros-de-angela-davis-e-saiba-mais-sobre-os-panteras-negras/. Acesso em: 11 nov. 2019.

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